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A conjuntura em Pernambuco

Por Miguel do Rosário

02 de setembro de 2015 : 17h45

Amigos e amigas, que tal um giro pela conjuntura política em todos os estados?

Recebi, via zap, o artigo que reproduzo abaixo, sobre a conjuntura em Pernambuco.

Se tiverem artigos legais sobre a conjuntura política em seus estados, mandem para o meu email: info@ocafezinho.com, ou publiquem o texto ou o link na seção de comentários.

Se quiserem escrever alguma coisa exclusiva, melhor ainda.

***

A Canonização de Eduardo Campos, Padroeiro de Pernambuco

Por Mário Benning, no Jornal de Caruaru.

Um ano após o acidente que vitimou o Ex Governador Eduardo Campos, a poeira já assentou e a comoção, que turvou as emoções de boa parte do eleitorado pernambucano, desvaneceu. E passamos, nesse contexto, a ter mais condições efetivas em analisar o seu Governo e o seu legado, saindo do terreno da emoção e migrando para a razão e a objetividade.

Contudo parece que o núcleo do PSB estadual, recusa-se a permitir o encerramento do período de luto no Estado. Exagerando no tom das homenagens e tentando manter um estado de comoção permanente, objetivando as eleições de 2016 e se brincar até 2018.

A explicação para esse comportamento doentio, está no vácuo deixado pelo seu trágico falecimento. Afinal ele, Eduardo, montou um estrutura de poder, um arranjo político, que só poderia ser operado por ele, e ninguém mais.

Do litoral ao Sertão era patente o seu objetivo em tornar Pernambuco uma possessão, uma Capitania Hereditária. Não era um projeto partidário, do PSB, era um projeto pessoal, seu. Se fosse partidário, ele teria favorecido as diversas lideranças existentes no partido. Políticos experientes e qualificados, como Fernando Bezerra Coelho, Danilo Cabral, Tadeu Alencar e João Lyra.

Porém Eduardo escolheu “técnicos”, leiam-se leigos e dóceis, para ocuparemos principais cargos políticos no Estado: a Prefeitura do Recife e o Governo Estadual. Para que mesmo afastado da cadeira e da caneta de Governador, continuasse pairando como um tutor acima dos eleitos e exercendo o efetivo controle sobre as principais máquinas públicas do Estado. Os eleitos seriam apenas meros gestores, seguradores da caneta, mas o poder continuaria em suas mãos. A sombra por trás do trono, o titereiro a conduzir as suas marionetes.

Contudo com o seu desaparecimento o sistema começa a ruir, como um castelo de cartas. Já que o sistema engendrado criou uma situação paradoxal, os que têm liderança, e poderiam nesse momento de crise oferecer esperanças e alternativas estão afastados do poder. E os que têm o poder, não comandam, não possuem liderança, como o Governador Paulo Câmara e o Prefeito Geraldo Júlio.

E nesse vazio, todas as contradições das gestões de Eduardo Campos estão aflorando, desde o rombo nas contas públicas no ano passado, o terceiro maior do país. Ao endividamento excessivo do Estado, que agora cobra o seu preço. Ao uso da máquina para alavancar a sua campanha presidencial e a do seu sucessor, com a distribuição, a toque de caixa, de recursos através do FEM. A herança maldita toma corpo, mostrando as fragilidades da nova política.

E com o barco fazendo água, se avolumam as primeiras defecções na gigantesca aliança forjada por Eduardo. Com Jarbas Vasconcelos sinalizando um desembarque da Arca de Noé que se tornou a frente popular, e a possível disputa pelo comando da Prefeitura do Recife, minando assim o poder do PSB no Estado.

Com isso a única arma que resta ao atual quadro dirigente do PSB no Estado, é apelar para que a mística permaneça viva, apelando para um Eduardismo. Um sebastianismo do século XXI, onde o herói tragado pela tragédia salvaria e zelaria por todos, aguardando o seu retorno, nesse caso através de seus familiares.

Com isso, Pernambuco, que sempre foi considerado um dos Estados mais politizados do país, com embates e disputas políticas que marcaram época. Poderia perder um dos aspectos mais interessantes da nossa história recente, um dos poucos Estados a não ter uma dinastia familiar pairando sobre a política local.

Se a Bahia teve ACM, o Maranhão Sarney, Goiás os Caiados, Pernambuco parecia blindado a esse tipo de situação. Porém como diz o ditado popular: não há bem que sempre dure, e mal que nunca se acabe!

Se o Eduardismo vingar, lograr êxito, só nós resta solicitar a canonização de Eduardo Campos, e a sua entronização como Padroeiro de Pernambuco. Para isso bastam apenas à realização de mais dois milagres, as reeleições de Geraldo Júlio e de Paulo Câmara respectivamente . Afinal podemos atribuir à vitória na disputa eleitoral do ano passado na sua conta, o primeiro milagre. Completando assim os três exigidos pelo Vaticano para a sua canonização.

Pelo menos assim teríamos uma desculpa para a situação sui generis que ocorreria na política estadual, a santidade do homem. Já que só assim, explicaríamos como um morto poderia decidir as disputas políticas. Com os quadros do PSB elevados ao status de pitonisas, interpretes da vontade do Santo, e sacerdotes do seu culto.

Mário Benning é Mestre em Geografia e Professor do IFPE/Caruaru.

Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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27 comentários

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Oliveira Nunes

03 de setembro de 2015 às 16h51

morreu de graça

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Monica Figueiredo

03 de setembro de 2015 às 16h43

Responder

Monica Figueiredo

03 de setembro de 2015 às 16h43

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Fred Aldo Rodrigues

03 de setembro de 2015 às 15h55

Os órfãos políticos de Eduardo Campos formaram um comitê para tentar prolongar o máximo a influência política do falecido governador, com tentativas de ‘canonizá-lo’, como por exemplo renomeando indiscriminadamente e as pressas ruas, avenidas, obras, complexos viários e prédios públicos…

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Lukas

03 de setembro de 2015 às 09h57

Texto perfeito. A seita em torno da imagem mítica do santo Eduardo campos é de dar nojo. O desespero óbvio em tentar lançar o filho mais velho como herdeiro do santo é lamentável. Puro retrocesso da cena política. Torço para os pernambucanos se livrarem rápido desse pessoal.

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emerson57

03 de setembro de 2015 às 09h42

Youssef era o caixa do Brasil.
Até o pássaro do
Dudu/Marina ele pagou.
Até hoje a “justissa” e a “puliça” não descobriram de quem era o avião.
Mais um pouco o PIG vai dizer que o avião era do dono da FRIBOI, o Lulinha.

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Calçadeira Fontenele

03 de setembro de 2015 às 12h22

Esse aí, depois de morto continua corrupto……

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enio

03 de setembro de 2015 às 09h19

Pra copiar e guardar. Quando você for votar, tenha essa lista em mãos, e verifique se o seu candidato está nela. Nas próximas eleições escolha quem votou SIM pelo fim do “financiamento” de campanha de políticos por empresas privadas no senado. 02/09/2015.

http://www.senado.leg.br/atividade/rotinas/materia/getPDF.asp?tp=1&t=177264

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Juliana Fonseca

03 de setembro de 2015 às 11h16

PE está órfão! É uma realidade! Não há polícia na rua!!!

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Rômulo Gustavo Martinez

03 de setembro de 2015 às 10h51

Pernambuco que se cuide, se isso vingar lá pode virar outro Maranhão, mesmo com rei morto.

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Renato Bloisi

03 de setembro de 2015 às 06h44

Texto muito bom!

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Julio Cesar Abreu

03 de setembro de 2015 às 02h12

Andrea

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Juliana Silveira

02 de setembro de 2015 às 23h22

Ricardo Souza

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Mila Môca

02 de setembro de 2015 às 23h19

dudu malvadeza

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Mônica Dias Rêgo

02 de setembro de 2015 às 22h49

É a mais pura das verdades.

Esse sujeito nunca me enganou e o povo pernambucano precisa acordar e ver quem era de fato esse cidadão, começando pelo seu avô e bisavô.

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Ricardo Edmundo Cecconello

02 de setembro de 2015 às 21h53

O BRASIL VIROU UM CIRCO CHEIO DE LADRÕES DISFARÇADOS DE “MOCINHOS” TUCANOS

Como alguém – pense um pouco, raciocine friamente – entregaria 2 milhões sonantes de reais, em dinheiro vivo, a um personagem “tigrão”, sem nenhuma identificação? Ainda mais dinheiro vivo da “máfia”?

Pois foi o que “contribuiu” o “delator colaborador premiado” do Juiz Moro. o tal “dedo duro” anti petistas, o ex-executivo da empresa Toyo Setal Augusto Mendonça Neto, ao afirmar que todo o dinheiro da propina era entregue para um tal “mensageiro” de alcunha simples “tigrão”.

Oras, faça-me o distinto favor de não ser tão asno jegue, mesmo tucano.

NINGUÉM ENTREGA DINHEIRO VIVO SEM QUE O “PORTADOR” ESTEJA RECONHECIDO PELO AGENTE CORRUPTOR.

Vai mal o Brasil. Vai mal a moral do intelecto brasileiro. Vai mal a Justiça brasileira. Vai mal o Gilmar, sentado em cima do processo, cego de “vistas”.

http://oglobo.globo.com/brasil/em-depoimento-na-cpi-ex-diretor-da-petrobras-chama-delator-de-mentiroso-17377349

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Maria Teresa Costa

02 de setembro de 2015 às 21h16

Que chato, usar a imagem de uma pessoa que já está morto. Triste!!!

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    Mônica Dias Rêgo

    02 de setembro de 2015 às 22h48

    É a mais podre das verdades. Acorda

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    Mila Môca

    02 de setembro de 2015 às 23h20

    a ta..morreu vira santo ?

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    O Cafezinho

    03 de setembro de 2015 às 00h49

    Ué o que isso tem a ver?

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    Ricardo Souza

    03 de setembro de 2015 às 01h20

    Quando morre e deixa legados bons, ninguém deixa o morto em paz. Por que seria diferente quando o falecido fez merdas quando vivo?

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    Maria Teresa Costa

    03 de setembro de 2015 às 01h23

    Nada adianta, ñ pode responder, está no mundo dos mortos!

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    Mônica Dias Rêgo

    03 de setembro de 2015 às 02h01

    O “legado” dele servirá de exemplo para os outros.

    Ó que não pode é passar a borracha e fingir que era santo em vida pq morreu.

    Que as gerações que ficaram aprendam o que é realmente bom e saibam quem não é. Fato.

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    Maria Teresa Costa

    03 de setembro de 2015 às 02h07

    Joio e trigo, eu tenho disernimento!!!

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    Mila Môca

    03 de setembro de 2015 às 08h46

    Num valia nada. ponto.

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Marcos Portela

02 de setembro de 2015 às 21h09

NÃO é BRINCADEIRA NÃO, são BILHÕES de reais movimentados pela QUADRILHA dos SONEGADORES da MÍDIA, MARAJÁS do JUDICIÁRIO, CORRUPTOS do PSDB/DEM e NARCOTRAFICANTES do HELICOCA, não é de se estranhar o grande empenho do CARTEL da MÍDIA (Globo, Veja, IstoÉ, Época, Folha, Estadão…) em querer DESESTABILIZAR o GOVERNO.

Bravo POVO e DIRIGENTES brasileiros, que RESISTEM ao COVARDE ATAQUE das MAZELAS CRIMINOSAS DA MÍDIA, dos MARAJÁS da JUSTIÇA e dos CORRUPTOS do PSDB e DEM, que por TEMEREM enfrentar o LULA em 2018 tentam TOMAR o PAÍS de ASSALTO.

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