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Disseram: Vem Pra Rua! Agora, quem não gostar da reforma trabalhista Vai Pra Rua

por Luciana Oliveira, em seu blog Os movimentos pró-impeachment patrocinados por patrões e organizados por militantes do PSDB prometeram mais empregos quando arrastaram multidões às ruas. É o que deve acontecer, só que à custa da exploração do empregado para enriquecimento cada vez maior do empregador. A liberdade de negociação de regras trabalhistas proposta pelo […]

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por Luciana Oliveira, em seu blog

Os movimentos pró-impeachment patrocinados por patrões e organizados por militantes do PSDB prometeram mais empregos quando arrastaram multidões às ruas. É o que deve acontecer, só que à custa da exploração do empregado para enriquecimento cada vez maior do empregador.

A liberdade de negociação de regras trabalhistas proposta pelo governo de Michel Temer dá mais a quem tem mais e menos a quem tem menos.

Qualquer setor que ameace demissões coletivas em virtude de uma crise tem inequívoca vantagem ao negociar a flexibilização de carga horária diária, hora extra, pagamento do 13º e formas de remuneração.

No reino dos unicórnios e fadas talvez exista um mercado de trabalho em que patrões utilizem o bom senso de considerar a conveniência do trabalhador ao ‘negociar’ esses direitos, não no Brasil.

Segundo o Relatório Analítico do Tribunal Superior do Trabalho referente a 2015, “a cada 100.000 habitantes do país, 101,9 ingressaram com ação ou recurso no Tribunal Superior do Trabalho, 327 nos Tribunais Regionais do Trabalho e 1.279,2 nas Varas do Trabalho.”

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A ‘boa vontade’ do empregador brasileiro em ‘negociar’ direitos trabalhistas se revela no levantamento que aponta 1249 casos que resultaram em pagamento espontâneo, contra 7151 por acordos e 9045 por execução.

O governo de Michel Temer propõe oficializar a carga horária diária de até 12 horas, desde que o trabalhador não exceda o limite de 48 horas semanais. Quem tem mais poder em recusar essa negociação, quem manda ou quem obedece?

O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes do PSDB, alega que a mudança vai modernizar a relação entre patrões e empregados, pois em muitos setores já são flexibilizadas regras de carga horária e pagamento de horas extras. Ele quis dizer, são ignoradas pelos patrões em detrimento do trabalhador, daí a perspectiva de um aumento histórico do número de reclamações na justiça do trabalho este ano.

“Nós vamos ter dois outros tipos de contrato. Por jornada [modelo atual], por hora trabalhada e por produtividade”, disse Ronaldo Nogueira, ministro do trabalho.

A desfaçatez com a cultura da usurpação de direitos trabalhistas é tão grave que o ministro chegou a dizer que “tem trabalhador que prefere trabalhar um tempo a mais, uns minutos a mais diariamente”.

Tem mesmo, mas não porque é saudável e vantajoso ao empregado. Quem se submete à jornadas estafantes e remuneração injusta, na maioria das vezes o faz pra não perder o emprego.

Como quem foi empregada e empregou centenas no varejo, confirmo ter visto o patrão vencer todas as quedas de braço. De cada 10 que contratei ao longo de 7 anos, 9 vinham com experiência em direitos trabalhistas usurpados. Tive que encarar muita cara feia de empregados que não tinham a mais remota noção do que significava um acordo pra trabalhar em dobro e receber ‘por fora’.

O que define a negociação é a força, o poder de contratar e mandar embora.

No reino dos unicórnios e fadas talvez não haja influência direta e nefasta em sindicatos patronais pra prejudicar os trabalhadores. Entre quem intermedia acordos coletivos, também os mais fortes resistem e os mais fracos se submetem.

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Comentários

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label vargas

09/09/2016 - 18h38

Ainda tem trabalhador imbecil que pensa que existe uma outra prioridade nos empresários QUE NÃO SEJA O LUCRO.
Empresário existe para gerar lucro para si, e o que tiver que deixar no caminho,pouco importa .BABACA É O TRABALHADOR QUE VESTE A CAMISA DA EMPRESA ONDE TRABALHA.
BURRO APRENDA A VIVER! Seja profissional.Profissional ,eles respeitam e pagam bem,porque gera lucro para eles,vc vende seu trabalho e eles compram,não existe sentimento envolvido nessa relação.

    Caramba!

    09/09/2016 - 20h37

    Golpista, não é preto no branco assim…pergunte ao caixa do seu supermercado como que é ser superprofissional numa jornada mais de 8, sem final de semana e feriado, ganhando 600 por mês…há várias realidades nesse país…você presumir uma mostra a sua desconecção com a realidade…

    Tom sem freio

    09/09/2016 - 21h18

    Sinceramente não concordo com o tom da questão. Desde a introdução do neo liberalismo, as relações de trabalho pioraram, mas onde já se viu empresa que não busca o lucro? O caso é se posicionar de forma a retaliar maus tratos, excesso de trabalho, contrato leonino, exploração extrema da mão de obra. Mas todos nós trabalhadores, estamos nesta situação por não sermos patrões. Há que se buscar um tratamento digno ao empregado e uma remuneração satisfatória. Agora, ser contr o lucro, é irreal. Porque um cidadão que tem uma certa reserva vai criar uma empresa, com todos os problemas que ser empresário no país, se não visar o lucro? Melhor seria por o dinheiro no banco e viver de renda sem preocupação com empregado, imposto, ladrão, concorrência, pra que?

    Osmar Gonçalves Pereira

    09/09/2016 - 21h39

    Vargas?! não entendi sobre o”respeito”.


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