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Por que a direita está tão desesperada para aprovar a reforma trabalhista?

POR QUE A REFORMA TRABALHISTA É TÃO URGENTE PARA A DIREITA BRASILEIRA? Por Ricardo Nunes de Mendonça, do Instituto de Defesa da Classe Trabalhadora, especial para o Cafezinho A reforma trabalhista não é uma obsessão de Temer e de seus comparsas por acaso. É parte de um conjunto de decisões de política econômica pautada num […]

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POR QUE A REFORMA TRABALHISTA É TÃO URGENTE PARA A DIREITA BRASILEIRA?

Por Ricardo Nunes de Mendonça, do Instituto de Defesa da Classe Trabalhadora, especial para o Cafezinho

A reforma trabalhista não é uma obsessão de Temer e de seus comparsas por acaso. É parte de um conjunto de decisões de política econômica pautada num tripé: i) reestruturação produtiva, mercantilização do trabalho humano e fragmentação da solidariedade de classe; ii) desregulamentação financeira e laboral; iii) hegemonização ideológica neoliberal pautada no individualismo e na competitividade.

É a receita proposta como alternativa à crise de demanda da década de 1970. Esse receituário, somado a outras medidas previstas no Consenso de Washington, foi o responsável por 124 crises financeiras sistêmicas(https://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2008/wp08224.pdf) em mais de 90 países, no período de 1970 até 2007, conforme denuncia o estudo de Luc Laeven e Fabian Valencia, publicado pelo “insuspeito” FMI.

Em português: foi o receituário responsável pela maior crise financeira e monetária que o mundo moderno já viu. É a racionalidade que nos condena a uma desigualdade social irreversível acaso triunfe definitivamente.

Paradoxalmente – mas não por acaso – a saída sistêmica para a crise do próprio sistema capitalistatem sido radicalizar esse receituário.

Países periféricos como Espanha, Grécia e Brasil, por exemplo, são obrigados por credores ocultos (poder transnacional, difuso e incontrolável),que se valem de políticos ilegítimos e apontados pela própria mídia como corruptos, a: i) desprezar a democracia; ii) privilegiar o pagamento da dívida pública, em detrimento de gastos primários (saúde, educação, seguridade social); iii) desregulamentar as relações de trabalho para reduzir salários diretos, indiretos (direitos sociais atrelados ao trabalho) e diferidos (pensões), bem como aniquilar a representação sindical; iv) ampliar os privilégios de uma classe social em detrimento da maioria da população; v) manter intocada a desregulamentação do mercado financeiro.
O que isso tem gerado?

Concentração de riqueza como nunca se viu. Empobrecimento crescente da maioria dos sete bilhões de seres humanos. Ampliação das tensões sociais e ressurgimento de movimentos populistas, xenófobos, racistas e antidemocráticos de extrema direita. Abandono de agendas de respeito ao meio-ambiente. Desprezo absoluto pela democracia e pelos Direitos Humanos. Em síntese: o capital está ganhando.

A reforma proposta por um governo ilegítimo,que é levada adiante por um parlamento composto por políticos eleitos com dinheiro de propina e Caixa 2 – antidemocraticamente eleito, portanto – retira a centralidade que o trabalho tem na sociedade brasileira.

Devolve as brasileiras – principalmente elas – e os brasileiros que ascenderam socialmente na última década ao estado de miséria e fome que os maculava historicamente.

A classe média brasileira – majoritariamente trabalhadora – experimentará um estado de instabilidade social e empobrecimento crescente e verá os “afortunados” cada vez mais ricos e poderosos. Não haverá investimento suficiente em “empregabilidade” – seja lá o que isso for – que seja capaz de alterar sistemicamente esse quadro.

As dúvidas são:

Estes trabalhadores perceberão que o problema é coletivo ou se enclausurarão na ideia equívoca de que o problema é individual, de que o insucesso e o infortúnio é problema de cada um?

Virão para as ruas, para o espaço público, e lutarão por direitos que lhes garantam dignidade ou permanecerão inertes, dominados pela paralisia decorrente da máxima thatcherista de que não há alternativa?

Parte significativa dos que vivem de sua força de trabalho já perceberam a magnitude do problema e estão lutando. Outros, todavia, ainda não. Para aqueles, há alternativa, e ela passa por radicalizar a democracia e os direitos humanos, bem como por desmercantilizar o trabalho humano, a natureza e o próprio dinheiro.

No caso brasileiro, passa por ir imediatamente às ruas. Posicionar-se contra os maiores ataques aos Direitos Sociais desde a CLT. Lutar agora, e não amanhã, contra a reforma trabalhista e contra a reforma da previdência.

A direita sabe disso e por isso tem pressa. Só em um Estado de Exceção como o que estamos vivendo é possível aprovar reformas como estas. Nas últimas quatro eleições presidenciais esse projeto foi rechaçado.

É hora de eleições gerais e diretas já. Do contrário o gosto amargo da derrota permanecerá por muito tempo na boca das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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alex carvalho de oliveira

23/04/2017 - 11h07

isso se torna um desrespeito com classe trabalhadora,trabalhar 8 horas diária já e um sacrifício imagine trabalhar 12 horas e ainda diminuir hora de almoço e outras reformas que esses políticos vem querendo acabar com a classe trabalhadora,obs. somos nos os trabalhadores e pobres que fazemos a enorme engrenagem mover esse pais ,sem nós já mais poderia existir esses políticos corruptos que pegam o dinheiro suado de um trabalhador pra fazer seus enriquecimentos .O que os políticos deveriam em se preocupar e de acabar salários absurdos que desde um funcionário publico vereador ate o presidente ,as reformas tem começar mudar na política isso sim que da prejuízo para o pais ,o que nós brasileiros tem visto nesses últimos 15 anos só roubalheiras ,corrupções de políticos que não tem respeito nenhum com aqueles eleitores e trabalhadores que elegem eles para estar em seus poderes depois que se elegem só querem massacrar os pobres .quem paga os salários desses bandidos somos nós os trabalhadores.

Benedito Lemes

22/04/2017 - 21h01

Quem deixou esse legado… foi justamente o PT e seus aliados… destruíram os fundamentos do Plano Real… ao usar o “poder” pra usurpar do patrimônio público…

E é um disparate a defesa do indefensável… tem que “catar os cacos”… além disso… quem colocou o Temer lá… foram os eleitores de Lula/Dilma…

E… por sinal… o Brasil ainda continuará atrasado… já que países como o Japão já começam articular alterações nas leis trabalhistas… http://mundo-nipo.com/noticias-2/30/09/2016/japao-vai-promover-ampla-reforma-no-sistema-trabalhista/

Dulce de Aguiar Covre

22/04/2017 - 16h06

Poucos percebem a tragédia, Quando a tomada de consciência acontecer não sei se ainda sobrará uma saída…

João Reis

22/04/2017 - 15h06

Por alguns comentários furibundos de algumas cabeças envenenadas fica claro que enquanto as pessoas não forem informadas e entenderem que a mídia noticiosa (TODOS os jornais, TODAS as revistas noticiosas, TODOS os jornais das TVs, TODAS as rádios, etc,) não são confiáveis, este País não tem jeito.
Enquanto as pessoas não forem informadas que banqueiros e mega investidores estrangeiros saqueiam o Brasil e os brasileiros permanentemente, este País não tem jeito.
Enquanto as pessoas não forem informadas como o Brasil e os brasileiros são permanentemente pilhados e saqueados (riquezas minerais enviadas para as matrizes no exterior subfaturadas em valor e peso, não pagamento de impostos, inclusive imposto de renda, não pagamento do INSS, e muitas outras formas de pilhagens e saques) este País não tem jeito.
Enquanto as pessoas não forem informadas que a Mídia é obrigada a trabalhar para “eles” por bem (participam das pilhagens).
Ou por mal (são levadas à falência se urinarem fora do que for estabelecido publicar, ou omitir, não noticiar, esconder) este País positivamente não terá jeito.
Enquanto as pessoas acreditarem irrestritamente na Mídia, te-la como amiga confiável, terão as cabeças sempre envenenadas e enganada pela Mídia.
Fazendo-as odiar aqueles que deveriam ser reverenciadas como heróis do Brasil e dos brasileiros.
Jamais ficarem sabendo das ações dos verdadeiros bandidos lesa pátria.
Bilhões e bilhões de dólares anualmente. Em favor “deles”.
Mais de 80% de pobreza e miséria dos brasileiros. Que levam todas as classes sociais, das mais baixas às mais altas, a sofrerem com os conseq PARA CHARGES VENNENOSAS NA INTERNET)uentes violência e horrores.
Que dai se originam.
Embora seja este um fato não comentado, omitido e escondido pela Mídia,
E POR FAVOR NÃO CHAMEM OS CABEÇA ENVENENADAS DE COXINHA. ISTO É SÓ ÓDIO.
PLANTADO JUSTAMENTE PELOS INIMIGOS DO BRASIL E DOS BRASILEIROS (ATRAVÉS DO IINSTITUTO MILLENIUM, ONDE TRABALHAM VÁRIOS JORNALISTAS GLOBAIS SUPER INTELIGENTES,. E ATÉ COMEDIANTES, PARA ELABORAR CHARGES NA INTERNET)

marco

22/04/2017 - 13h56

Aí reside o grande argumento histórico do CAPITAL.Alijar os OPERÁRIOS da cena econômica,já que as máquinas os substituirão,e o CAPITAL imperará sozinho no cenário econômico. Sonham os BURGUESES,que a simples acumulação de riquezas, prescindem do CONSUMO,que dá sustentação também,ao LUCRO obtido com a MAIS VALIA.Dos sete bilhões de humanos existentes hoje,a grande maioria,quase sua totalidade,estão prestes a extinguir-se.Vão ficar,somente os BURGUESES,sonham esses canalhas,mas esquecem que sem consumo,também não há acumulação.E vendem para parcelas ainda não totalmente mizerabilizadas da PEQUENA BURGUESIA,suas predicas de ausência de pobres,para atrapalhar suas belas vidas. E tem gente,que acredita nisso. A isso se chama,SUICÍDIO IDEOLÓGICO DE CLASSES.

kiko

22/04/2017 - 12h42

kkkkkkkkkkkk vamos la vou deixar que voces ai me digam apenas um direito assegurado pela clt vamos ver qual direito voces vão dizer

Iaci Rezende Leite

21/04/2017 - 10h21

Excelente artigo. Não tem como não mais conhecer a realidade brasileira em que o país foi, por meio de um sujo golpe: “pelo meu gato” “pelo meu papagaio” “blábláblá” , mergulhado no pior porão dos navios negreiros de outrora. E, os escravos serão subjugados pelas empresas estrangeiras que virão encher suas próprias terras das riquezas usurpadas desta “republiqueta” Brasil, a maior EX-COLÔNIA da atualidade latino-americana.

Sidnei

20/04/2017 - 20h48

Enquanto houver audiencia para globo, rtc e demais emissoras, enquanto houver gente lendo estadao, folha, veja, o globo, etc. Enquanto houver coxinhas. Sim, coxinhas!
Parei de assistir televisão e ler o PIG desde o dia em que Lula foi sequestrado!
Me tranformei.
Todos temos que tirar a audiencia deste bando de ladroes!
Depois votar na esquerda. Acabar com estes filhas das putas que estão votando a favor das reformas.
A lista de quem votou pelo regime de urgencia da reforma trabalhista tem que ser exposta permanentemente. Temos que derrubar estes caras e deixar de ouvir o jornalismo-lavagem cerebral que a midia “empurra”.
É facil!
Mas daqui até lá….muita luta!

    Joao Maria

    21/04/2017 - 07h40

    Basta querer tomar a decisão de trocar de emissora. Fiz isso ha algum tempo. Nao vejo a globo golpista. Vejo outras emissoras, que tem programas interessantes. As vezes prefiro um bom livro. Nao me faz a minima falta a programação lixo do plim plim.

Clá

20/04/2017 - 18h51

Deixe a UERJ fechar as portas. Deixe o ensino médio público quebrar, a curto prazo. Quem vai precisar de universidades? Quem vai precisar de “Ciência sem Fronteira”? Ninguém vai mais precisar de nada disso. Agora, com a nova legislação, para fazer “bico” é mais do que suficiente saber ler e escrever (será que precisa, mesmo?) Quem vai querer investir uma vida inteira em pesquisa e extensão para fazer “bico” a vida toda? Você consegue imaginar um médico fazendo “bico” no hospital? Um professor… um engenheiro… um psicólogo…? Você consegue imaginar que estamos caminhando no sentido inverso ao desenvolvimento? Ao invés do Estado proporcionar condições para que o cidadão estude, se desenvolva, tenha um emprego digno e contribua intelectualmente com o país, estamos fazendo o contrário: rebaixaremos o trabalho do cidadão altamente especializado à condição de “bico”. Conto o tempo da minha vida em semanas…

    sergio

    21/04/2017 - 17h02

    O pior que muitos dos que se beneficiaram desses programas, apoiaram o golpe gracas a lavagem cerebral da Globo e outros meios. Essa e a mesma classe que apoiou o golpe de 64. Triste Brasil, republiqueta de bananas, melhor PATOS.

Eu

20/04/2017 - 18h32

Bora pra rua pressionar por diretas já!!

LUIZ TAVE

20/04/2017 - 18h23

FORA TEMER GOLPISTA CANALHA MENTIROSO SABOTADOR


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