Em entrevista exclusiva ao Cafezinho, o filósofo Mangabeira Unger desmentiu cabalmente as fakes news disseminadas nos últimos dias, de que teria, em entrevistas concedidas em dezembro de 2018, dito que “Ciro perdeu eleição por arrogância ao recusar aliança com PT e com Lula”.
Na entrevista ao Cafezinho, Mangabeira explicou que disse exatamente o oposto, que um “acerto com o PT”, conforme defendido por vários petistas do alto escalão do partido, incluindo governadores, teria de ser feito no início, e diferenciando, de maneira muito clara, as diferenças entre os projetos.
Para Mangabeira, o PT trabalhou, durante seus governos, com conceito de “cooptação”, quando o que o Brasil precisa, e os eleitores pedem, é um projeto de “empoderamento”.
Sobre a questão da industrialização, Mangabeira explicou que não se trata de repetir práticas clientelistas e atrasadas do passado, com subsídios para indústrias, mas de criar um arcabouço jurídico e institucional que permita o desenvolvimento de uma economia do conhecimento inclusiva.
Lincoln
05/03/2020 - 15h10
Sobre o pt ter “isolado Ciro e PDT”
Oras a força de um partido é aglutinar outras forças com ele
Se o pt teve mérito nisso
Palmas ao pt
Ou espera-sr que um partido faça acordos a outro partido?
Sem chance
Lincoln
04/03/2020 - 23h39
Aos fatos
1) Lula trabalhou com a possibilidade de ser candidato. Se tivesse podido ser seria eleito.
2) Houve o convite a Ciro/PDT pra formar chapa eleitoral.Com o apoio de Lula PT, Ciro estaria no segundo turno.
3) Assim como em 89
Lula foi no segundo turno
Em 2018
Foi Haddad no segundo turno.
4) Mangabeira faz criticas interessantes,não vi dizer dos acertos dos governos
Lula/Dilma/PT.
5) Mangabeira diz que tem de negociar com o centro, ou seja os partidos que foram governos com o PT
Na gestão
Lula/Dilma.
6) O pt errou, mas foi pelos seus acertos que foi feito o golpe:
_ Universidade sem fronteiras
_ Mais Médicos
_ Geração de emprego e renda
_ Politicas de distribuição de renda
_ Minha Casa Minha Vida
_ Construção de cisternas no nordeste
_ Politica externa
Entre outros
Lincoln
05/03/2020 - 15h37
Nada disse
Sobre:
os
Brics
O banco dos Brics
O BNDES
A expansão de população bancária
O aumento real do salário mínimo
Aumento de poder de compra dos assalariados
…
NeoTupi
04/03/2020 - 15h21
Na parte política a análise de Mangabeira foi pior do que na área econômica, e chega a ser contraditória.
1) Se Ciro precisava se distanciar do PT para vencer, então as críticas que ele recebeu da “burocracia do PT” seriam uma benção para ele eleitoralmente. Então foi Ciro quem não teve habilidade política para se situar corretamente como, aí sim, Mangabeira admite. Resumindo: Ciro perdeu por seus erros. Só para lembrar: pesquisas de jan/2018 dava Ciro 12% e Bozo uns 20%. Na eleição Ciro teve os mesmos 12% e Bozo 46% no 1o. turno. Ciro passou a campanha sem avançar um palmo nos 26% do eleitorado que não votavam em Bozo em janeiro e resolveram votar nele em outubro. E Ciro teve mais tempo de TV do que Bozo. Querer creditar esse fracasso eleitoral ao PT é um pouco demais, pois não foram votos no Haddad. Se o PT não tivesse candidato, vamos ser honestos e reconhecer: o mais provável era Bozo vencer no 1o. turno, e não Ciro disputar o segundo turno.
2) Mangabeira chega à beira do fascismo ao defender que o PT teria que sair da eleição por causa do “anti-petismo”. Defender oposição consentida é coisa de fascismo. Ora, se adversários fizeram e fazem política anti-petista, óbvio que é direito e dever do PT defender seu projeto e o eleitorado que se sente representado por ele. Ainda que fosse ou seja minoria, qualquer partido tem todo o direito de participar de eleições com candidato próprio e buscar alianças para tentar vencer. Os mais hábeis e competentes politicamente conseguem.
3) Mangabeira erra ao criticar os limites transformadores do governo do PT. Ora, Lula venceu em 2002 como “cabra marcado para perder em 2006”. Pegou o Brasil quebrado e, ou perderia o controle econômico como Allende ou faria austericídio como Lech Walessa. Em qualquer desses cenários FHC voltaria triunfal em 2006. Lula conseguiu superar esses dois obstáculos, o que é muita coisa. O grande sucesso de Lula foi compreender a realidade política que o cercava e os limites de seus poderes de fato (Dilma calculou mal os riscos políticos e limites e deu no que deu). Lula nunca teve mais do que um quinto de bancada de esquerda no Congresso, e sequer conseguiu renovar a CPMF para a saúde em 2009 no auge de sua popularidade, porque o Senado tinha maioria de oposição. Óbvio que tinha que negociar concessões para conseguir elevar a renda e empoderar o povo mais pobre, colocando-o no orçamento. Não tinha como impor reformas mais radicais com 80% do Congresso conservador. Reformas sem apoio do Congresso não é possível em democracias. Mangabeira queria que Lula desse um golpe e fechasse o Congresso? E com que apoio? Do STF? Das forças armadas?
4) Mangabeira nada disse sobre o governo Bozo, sobre Guedes, sobre Moro, centrando fogo apenas no “inimigo” PT. Assim Ciro não tem chance nenhuma em 2022. A hegemonia do discurso anti-petista já tem dono. Até o PSDB, na frente de Ciro na fila, a perdeu para Bozo em 2018 e agora para Moro. Mangabeira e Ciro, involuntariamente estão fazendo campanha para Moro ou Bozo em 2022 toda vez que investem em antipetismo.
5) Mangabeira nada disse sobre lawfare, e poderia até excluir Lula se quisesse manter esse ranço, pois o problema atinge toda a América Latina, com Cristina Kirchner na Argentina, com Rafael Correa no Equador, com ex-governadores como Ricardo Coutinho. E Flávio Dino que se cuide. Lembre-se que Moro está bem nas pesquisas em 2022, é o candidato das forças golpistas de fato a espera da queda da popularidade de Bozo. Se não combater o lawfare agora, qualquer adversário que ameaçar vencer Moro ou Bozo será vítima de lawfare, até o Ciro. Moro tentou aplicar a Lei de Segurança Nacional a Lula pelo que disse do Bozo. Ciro fez declarações imprudentes e bem piores do que disse Lula, está na mão de Moro e Bozo criar um processo que o tire das eleições de 2022 como tiraram Lula.
6) Mangabeira também nada disse sobre a geopolítica do golpe e o papel dos EUA no lawfare na América Latina e na destruição da indústria nacional do petróleo e da construção pesada, o que deixou a entrevista bem frustante.
NeoTupi
04/03/2020 - 14h03
Esperava bem mais do Mangabeira. Sua análise parece saída do depto. de Estado de Washington, de burocrata do Banco Mundial, recheadas com lugares comuns que não levam a lugar nenhum (tem que investir em educação para ter futuro, mas não pode ter dinheiro público para educação, e a população submetida à política de precarização do trabalho não tem renda para pagar escola privada), e de quem nunca conversou com uma família pobre.
1) Grave erro negligenciar a política industrial tradicional como valor agregado econômico (e de empoderamento através do emprego). Os EUA é um dos líderes na economia do conhecimento, mas Trump defende até a indústria de etanol dos EUA, pressionando o Bozo a liberar o mercado brasileiro. Os EUA brigam com a China para ela aumentar a importação de porcos e soja. O Brasil tinha uma excelente política industrial na cadeia produtiva do petróleo envolvendo desde indústria naval até robôs submarinos, destruída pela lava-jato. Disso Mangabeira nada disse.
2) O Brasil era exportador de serviços de engenharia para América Latina e África através de suas empreiteiras. Mercado de economia do conhecimento destruído pela Lava jato. Disso Mangabeira nada disse.
3) Chamar os governos do PT de “nacional consumismo” ou “cooptação pelo assistencialismo” é falta de conhecimento da realidade das famílias mais pobres. Antes do PT o salário mínimo não chegava a US$100. Nos governos do PT passou de US$300. Em moeda nacional teve aumento real significativo. Aumento da renda é empoderamento dos mais pobres. Óbvio que quem apenas subsistia entrou para o mercado de consumo também. Com aumento da renda, conseguiram aumento do crédito também (não foi o crédito que impulsionou o consumo senão o consumismo duraria só um ano até atingir o limite de endividamento, foi o aumento da renda que impulsionou o crédito e o consumo). Antes empregada doméstica não tinha conta em banco, não tinha cartão de crédito, visitava a família no Nordeste de ônibus de 10 em 10 anos. Com melhor renda passou a ter tudo isso e poder viajar de avião nas férias para visitar a família. E filhos de pedreiros, porteiros, domésticas, chegaram à universidade. Se isso não é empoderamento, não sei o que seria.
4) O Marco Regulatório do Petróleo carimbou dinheiro do fundo do pré-sal para educação e pesquisa, para economia do conhecimento. O golpe destruiu esse futuro. Disso Mangabeira nada disse.
5) Aumento da renda trouxe aumento do mercado interno e aumento da produção, inclusive industrial. A produção industrial cresceu, abaixo do PIB como um todo, mas cresceu bastante.
6) Houve diversas políticas industriais bem sucedidas que trouxeram indústrias para o Brasil. A já citada cadeia do petróleo, a política de conteúdo nacional do 4G, os leilões de energia que exigiam conteúdo nacional, fábricas de fertilizantes.
7) Dilma fez exatamente o que Ciro e Mangabeira preconizam quando tentou aumentar a taxa de investimento sobre o PIB (leia-se industrialização, nova matriz econômica, programa de sustentação do investimento, Brasil maior). O problema é que no Brasil a elite “industrial” salvo raras excessões é extremamente vagabunda. Quer dinheiro fácil para valorizar a empresa, vender a estrangeiros, aplicar no mercado financeiro e conspirar pelo neoliberalismo internacional, em vez de construir crescer e competir. Vide o caso Embraer, as empresas de pesquisa genética agrícola que a Votorantim vendeu. Empresas de informática.
8) Economia do conhecimento também pode ser usada para concentrar renda em vez de levar ao desenvolvimento nacional. O mercado financeiro é todo erguido sobre economia do conhecimento, com sofisticadas técnicas de derivativos, análise de balanços, análise gráfica de tendências, prospecção e cruzamento de informações, modelos matemáticos desenvolvidos por cientistas para prever cotações e movimentos de mercado, robôs que gerenciam carteiras de investimento por inteligência artificial, só que esse conhecimento todo leva a pouca gente ganhar muito e muita gente de classe média perder o pouco que tem ou no máximo empatar, concentrando riqueza. Mesmo no lado tecnológico, a cultura de startup->investidor->unicórnio->Venda ou IPO leva as empresas de sucesso ao controle estrangeiro, se não tiver uma política industrial para evitar isso. Trump impedir a venda da Qualcomm para controle estrangeiro. A Alemanha criou um fundo para comprar ações e manter o controle nacional de suas empresas estratégicas. Mangabeira precisa atualizar seu pensamento para explorar esses campos.
Pony Express
04/03/2020 - 13h26
O “projeto de pais” de hoje é a “revolução do proletariado” de ontem.
Em ambiente democrático não existe nada disso, tudo acontece no dia a dia e é impossível planejar qualquer coisa, nada…o resto é a cenoura balançando na cara do cavalo correndo.
CézarR
04/03/2020 - 13h54
Meu Deus do céu! Mas vão ser burros lá no Alabama! A pessoa não sabe nem o que está dizendo! Está praticamente se auto-afirmando anarquista, mas sem saber disso! Se não precisa projeto de país, não precisa de governo, pronto! Olha que genial!!!!!!!!!!!!!
Abdel Romenia
04/03/2020 - 15h23
Um Kinder Ovo pro Cezar por favor, tá dando birra …
Rodrigo Silva
04/03/2020 - 16h51
Sua visão é muito superficial e subjetiva…não há nada de técnico ou científico. Existem tantos exemplos de sucesso no mundo onde o Estado é o agente econômico facilitador das potencialidades do país. Esse projeto não significa tirar a independência das pessoas como agentes econômicos livres para empreender. Significa, sim, criar um ambiente econômico favorável a essa iniciativa dentro do contexto tecnológico atual. Significa condicionar as grandes variáveis macroeconômicas em favor da produção e distribuição de renda, limitando o poder que o capital especulativo tem sobre a expectativa da nossa economia. Significa o Estado “cobrir” os riscos que iniciativa privada não está disposta a correr: pesquisa e desenvolvimento.
Infelizmente muitos de nós, brasileiros, sofrem do complexo de vira-lata, apesar de brasileiros notáveis, nas mais diferentes áreas de atuação, provarem o contrário.
Desculpa contrariá-lo, mas, sim, nosso povo é capaz de desenvolver esse país!!!
Pony Express
04/03/2020 - 18h49
Tò vendo…
Hideoshi
04/03/2020 - 10h55
Ótima entrevista, parabéns ao blog, espero ver outras entrevistas desse nível.
yuri canastra
04/03/2020 - 10h37
Fala igual a Najila…kkkkk
Fernando Gonçalves
04/03/2020 - 09h11
Esse cara é um expert em economia e o que mais surpreende é o conhecimento do Brasil e da resolução de problemas, diferente da política oportunista que conhecemos bem. O Brasil tem jeito.
Evandro Garcia
04/03/2020 - 09h58
De gente com a soluçào dos problemas do Mundo tem cerca de 210 milhoes no Brasil, eu também sou um.
E dépois…?
Antonio Morais
04/03/2020 - 09h11
Parabéns Miguel, ótima entrevista. O 247 deve explicações.
Assis
04/03/2020 - 08h50
Redes bolsonaristas ativas no whatsapp estão detonando o ministro Gilmar Mendes.
Andressa
03/03/2020 - 22h46
Mais um dos centenas de milhares de coach em industrialização e desenvolvimento.
Francisco Leal
03/03/2020 - 22h22
Que entrevista maravilhosa, sugiro que reuna Lupi, Ciro e Mangabeira para conversas sobre o futuro perigoso e transformador que temos que enfrentar…
Antonio Morais
04/03/2020 - 09h13
Devemos incluir o Dino também.
psolelua
04/03/2020 - 12h52
Huck e Maia também,
Monza 87
04/03/2020 - 15h13
O guilherme tb!!
Wellington
03/03/2020 - 22h15
O bla bla bla inútil de filósofos e intelectuais ou pseudo intelectuais de sempre, que a meu ver são em boa parte um câncer da humanidade.
Descobriu a água quente….disse claramente que até o brasileiro não aprender a ler, escrever, se civilizar até criar uma cultura do estudo e do trabalho não há como acontecer absolutamente nada (e nada acontecerá). A gente vem dizendo isso desde sempre e não precisava certamente desse senhor (uma caricatura grotesca de Gramsci) para saber disso. O resto…falar de industrialização e desenvolvimento é pura fantasia astronômica que qualquer um pode inventar a seu gosto…tem que fazer isso, tem que fazer aquilo…mas ninguém faz, muito menos esses filósofos.
A única coisa que o Brasil tem em abundância (além de matérias primas e agricultura) é um território maravilhoso (infestado de lixo e esgotos a céu aberto) que deveria ser explorado inteligentemente para o turismo, principalmente o de luxo internacional (o famoso valor agregado) o resto é pura fantaciencia.
Aliás, não tem dinheiro para fazer absolutamente nada por tanto é tudo uma perda de tempo.
lucas
04/03/2020 - 11h30
Tem pelo menos 40% do orçamento sendo direcionado para acionistas de bancos privados, que uma reforma fiscal pode resgatar pelo menos uma parte.
Supondo que o PIB total do Brasil seja de R$1 trilhão, são 400 bilhões de reais sendo roubados todo ano.
Sonia
04/03/2020 - 12h14
Acionistas de bancos sào ladroes Rodolpho ?
Abdel Romenia
04/03/2020 - 12h15
Tem quanto % de orçamento para pagar as dividas astronomicas do Estado…?
Alan C
03/03/2020 - 21h59
Entrevista excelente e esclarecedora para entendermos o Brasil atual e quais seriam as alternativas.
Pena que o vídeo/áudio falhou em alguns instantes, mas deu pra entender o todo sem problemas.
Destaco esses pontos:
“No período lulista, e desde então, há esta tentativa de mascarar a concentração da riqueza pela pseudo-democratização do crédito”
“O PT, como força organizada sob a liderança do Lula, é mais parte do problema do que da solução”
“O PT não fez uma obra institucional, deu dinheiro pra cá e pra lá, políticas industriais, transferências sociais, isso é como as ondas do mar que vem e voltam, nada fica, o que fica é o legado institucional.”
Wellington
03/03/2020 - 20h54
Uma imitação chinesa de Gramsci… ridículo.