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Combate a assédio pode virar artigo específico em convenção coletiva de bancários

Reivindicação foi apresentada esta semana por Comando Nacional da categoria à Fenaban. Tema foi colocado entre prioridades da Campanha Nacional 2022 de bancários em virtude de dezenas de denúncias de assédios sexual e moral na Caixa. “Crimes como os denunciados por empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal são intoleráveis no banco público e em […]

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Imagem: Divulgação

Reivindicação foi apresentada esta semana por Comando Nacional da categoria à Fenaban. Tema foi colocado entre prioridades da Campanha Nacional 2022 de bancários em virtude de dezenas de denúncias de assédios sexual e moral na Caixa. “Crimes como os denunciados por empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal são intoleráveis no banco público e em qualquer local de trabalho”, afirma presidente da Fenae

Brasília, 08/07/2022 — Um artigo específico sobre combate ao assédio sexual poderá ser incluído na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários. A reivindicação foi apresentada esta semana pelo Comando Nacional da categoria e será analisada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) dentro da Campanha Nacional 2022 dos bancários, cuja data-base é 1º de setembro.

O tema foi colocado entre as prioridades da campanha em virtude das dezenas de denúncias de assédios sexual e moral na Caixa, que resultaram na demissão de Pedro Guimarães da presidência do banco. Pela proposta dos bancários — apresentada durante a terceira rodada de negociações, na mesa “Igualdade de Oportunidades” — as denúncias de assédio passam a ser apuradas por comissões bipartites, formadas por integrantes dos sindicatos e dos bancos.

“Crimes como os denunciados por empregadas e empregados da Caixa são intoleráveis no banco público e em qualquer local de trabalho”, afirma Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae). “Toda denúncia deve ser investigada de forma ampla, transparente e com plena participação da representação sindical”, defende Takemoto. “Sempre houve esse problema na categoria, mas se acentuou nos últimos anos, com o apoio do discurso do presidente da República, que é sexista, que é elitista, que é homofóbico. Acompanhamos casos absurdos, criminosos, de assédio no setor financeiro, e que temos que combater”, pontua a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Juvandia Moreira.

As reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários ainda incluem a garantia de proteção e assistência às vítimas, com período de estabilidade e afastamento do ambiente de agressão; apuração de todas as denúncias de abusos; capacitação do quadro de pessoal sobre o tema; e divulgação de cartilhas para o combate ao assédio. Caberá à empresa coibir situações constrangedoras, humilhantes, vexatórias e discriminatórias, promovidas por superior hierárquico ou qualquer outro empregado no ambiente de trabalho. Em casos denunciados e reconhecidos, todas as despesas médicas deverão ser reembolsadas pelo banco ao trabalhador.

Durante a reunião com a Fenaban, o Comando Nacional dos Bancários apresentou, sem citar nome de vítimas, diferentes casos de assédio relatados aos sindicatos. Em muitos deles, os assediadores foram protegidos pelos superiores e as vítimas, caladas ou até punidas com transferência de local de trabalho.

OPRESSÃO — Sergio Takemoto lembra que a opressão vivida por trabalhadores da Caixa já vinha sendo alertada pela Fenae. Pesquisa divulgada pela Federação, este ano, revelou o aumento da quantidade de empregados do banco público a assédio moral: 6 em cada 10 bancários afirmaram ter passado por este tipo de situação. Em estudo anterior encomendado pela Fenae à Universidade de Brasília (UnB), o índice chegava a 53,6%.

A atual pesquisa, que ouviu mais de três mil trabalhadores da Caixa em todo o país, também comprovou que o trabalho no banco estava afetando a saúde de 80% dos empregados. Trouxe, ainda, outros dados alarmantes: 33% estavam afastados por depressão, 26% por ansiedade, 13% por Síndrome de Burnout e 11% por Síndrome do Pânico.

EQUIDADE — Durante a terceira rodada de negociações com a Fenaban, os bancários ainda reforçaram a necessidade de ações efetivas para eliminar desigualdades nos locais de trabalho e prevenir distorções, em busca de equidade em todos os segmentos. O Comando cobrou que seja reafirmado, por parte das empresas, o compromisso de respeito e da promoção de não discriminação por raça, cor, gênero, idade ou orientação sexual.

CAMPANHA — Entre as principais reivindicações da Campanha Nacional 2022 dos bancários estão, além do combate ao assédio, a garantia dos empregos, o fim das terceirizações que se ampliam no setor e a jornada contratual de quatro dias de trabalho, entre segunda e sexta-feira. Os trabalhadores também reivindicam assistência à saúde, tratamento de bancários com sequelas da Covid-19 e teletrabalho negociado. Defendem, ainda, a manutenção da Caixa 100% pública e de outras estatais estratégicas ao país.

“A Caixa que queremos é um instrumento do Estado na redução das desigualdades para que as políticas sociais alcancem quem mais precisa, quem está em locais onde os bancos privados não querem ir”, destaca o presidente da Fenae. “É uma Caixa que contribua para o desenvolvimento do país, para a geração de emprego e renda. Uma Caixa que respeite seus trabalhadores e trabalhadoras, que os valorize ao invés de adoecê-los”, reforça Sergio Takemoto.

Entre as cláusulas econômicas da Campanha Nacional 2022, os bancários solicitam a correção das remunerações e de benefícios, a exemplo dos vales refeição e alimentação, considerando o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] entre 31 de agosto de 2021 e 1º de setembro deste ano. Em relação à reposição salarial, os trabalhadores defendem a correção pelo INPC mais 5% de aumento real.

A próxima rodada de negociações com a Fenaban será no dia 22 deste mês. Na ocasião, serão discutidas reivindicações diretamente relacionadas a cláusulas sociais e teletrabalho.

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