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CPI do 01/08: deputado acusa ex-secretário de abertura à possibilidade de golpe

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, que investiga os eventos ocorridos no primeiro dia do ano que levaram a ataques aos prédios dos Três Poderes, testemunhou um confronto acalorado entre o deputado federal pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) e o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres. […]

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, que investiga os eventos ocorridos no primeiro dia do ano que levaram a ataques aos prédios dos Três Poderes, testemunhou um confronto acalorado entre o deputado federal pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) e o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres.

Vieira, conhecido por seu papel como líder religioso e político, lançou duras críticas contra Torres durante o depoimento deste último à CPI. O deputado afirmou que a atuação de Torres contribuiu estrategicamente para abrir caminho a um possível golpe. “Avalio que o senhor abriu a porta para o golpe”, acusou Vieira, destacando a preocupação com os rumos antidemocráticos dos eventos ocorridos em 8 de janeiro.

Henrique Vieira, um dos membros do PSol-RJ, enfatizou que suas críticas não são pessoais, mas sim uma análise da atuação de Torres. Ele baseou seus argumentos em uma série de evidências, incluindo relatos do major Flávio Alencar, da Polícia Militar do Distrito Federal, que sugerem que Anderson Torres liderava a Secretaria de Segurança de maneira informal. Segundo o major Alencar, nunca foi escalado verbalmente para atuar em operações ou manifestações, evidenciando uma falta de preparo estratégico.

“O que está sendo colocado aqui é o seguinte: a Polícia Militar era a responsável, vinculada ao governador do DF e ao senhor; o senhor aprova um PAI [Protocolo de Ações Integradas], suas férias começam na segunda, viaja na sexta, e o senhor está dizendo que houve falha no cumprimento desse protocolo”, completou o deputado.

A resposta de Torres foi centrada na justificativa de que sua participação sempre foi técnica. No entanto, Henrique Vieira enfatizou que nem tudo é puramente técnico em cargos de tamanha responsabilidade. Ele argumentou que as posições assumidas por indivíduos em cargos de liderança também carregam responsabilidades por suas consequências.

A discussão entre Vieira e Torres também abordou a data da viagem de Torres aos Estados Unidos, que coincidiu com os eventos dos ataques de 8 de janeiro. Vieira considerou conveniente a coincidência da viagem de Torres com a data dos ataques, sugerindo uma possível evasão de responsabilidade.

Em resposta aos questionamentos da CPI, Anderson Torres afirmou que não foi alertado sobre os atos antidemocráticos em Brasília e que, se tivesse recebido qualquer informe de inteligência sobre a iminência de violência, não teria viajado para os Estados Unidos. Ele também destacou que houve uma falha grave na execução do protocolo de ações definido pela Secretaria da Segurança Pública.

O ex-ministro Torres também teve a oportunidade de se defender das acusações relacionadas à minuta golpista encontrada em sua casa. Ele classificou o documento como “fantasioso” e afirmou que não sabe quem redigiu o texto, pois recebeu os documentos de diversas fontes.


Torres, como ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, foi um dos principais personagens na investigação dos atos de 8 de janeiro. A atuação da CPMI e os depoimentos de testemunhas são peças-chave para desvendar as circunstâncias que levaram aos ataques e a possível abertura de portas para ações antidemocráticas. A comissão busca esclarecer as responsabilidades individuais e coletivas e traçar um panorama completo desses eventos que abalaram a estabilidade política do país.

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Ruann Lima

Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF

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