Grandes, fortes e criados para matar, eles são perigosos demais para viver com pessoas.
Por milênios, as pessoas selecionaram cães com características úteis ou atraentes e os criaram. É por isso que pointers apontam, retrievers buscam e a maioria dos cães de estimação são amigáveis. Embora suas mandíbulas possam ser poderosas o suficiente para esmagar ossos, eles são muito mais propensos a te dar um beijo babado do que uma mordida. No entanto, alguns cães foram criados para agressão, e isso é evidente.
Na América, em 2022, duas crianças foram mortas e sua mãe foi mutilada enquanto tentava salvá-las dos dois Pit Bull Terriers Extra Grandes (ou “XL”) da família. Em setembro passado, na Inglaterra, dois cães XL American Bully (que são intimamente relacionados) mataram Ian Price, de 52 anos, no jardim de sua mãe, após saltarem da janela de uma casa próxima para alcançá-lo. Em janeiro, um XL Bully na Alemanha mutilou fatalmente seu dono e teve que ser abatido enquanto avançava contra policiais que tentavam ajudar o homem.
Na Grã-Bretanha, o número de ataques fatais por cães quadruplicou desde que o XL Bully foi introduzido no país, de quatro em 2014 para 16 nos primeiros nove meses de 2023. No geral, os XL Bullies foram responsáveis por 44% dos ataques de cães em 2023, de acordo com o Bully Watch UK, um grupo de pressão. Eles mataram outros cães, morderam rostos de crianças e causaram ferimentos tão graves que braços precisaram ser amputados. Na América, os ataques de Pit Bull estão se tornando mais comuns e foram responsáveis por quase 70% das mortes por ataque de cães em 2019, de acordo com o DogsBite.org, um grupo de vigilância.
Os Pit Bulls foram criados para se destacar em lutas de cães, um esporte que é proibido em muitos países, mas prospera nas sombras. As regras são simples e duras. Dois cães são colocados em um poço. Apenas um sai. Ao longo de gerações de criação a partir dos cães que sobrevivem, os animais desenvolveram a tendência de ir para a garganta, atacar sem aviso e ignorar a dor. Os XL Bullies foram criados a partir de Pit Bulls, para maior tamanho. Assim, eles são enormes (45-70kg), agressivos e difíceis de parar uma vez que começam a atacar. Em “Caninos Brancos”, Jack London chamou cães semelhantes de “a morte que se agarra”.
Os Pit Bulls foram proibidos na Grã-Bretanha em 1991. Proibições ou restrições semelhantes existem na Dinamarca, Alemanha, mais de 1.000 cidades americanas e algumas províncias canadenses. No entanto, na Grã-Bretanha, os importadores de XL Bullies argumentaram que a proibição não cobria a nova raça, embora seja essencialmente um Pit Bull maior. Essa brecha foi fechada na Inglaterra em dezembro. Outros países devem seguir o exemplo e proibir a raça.
Haverá resistência, como houve na Grã-Bretanha. Um grupo de instituições de caridade e associações de animais conhecido como a Coalizão de Controle de Cães argumenta que a lei deve se concentrar em “ações, não raças”. Qualquer tipo de cão pode ser treinado para ser agressivo, eles apontam. Eles citam dados do Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha que mostram que o número de mordidas de cães aumentou desde a proibição original do Pit Bull. Eles pedem leis que responsabilizem cães individuais e seus donos irresponsáveis pelo mau comportamento.
Isso é uma visão equivocada. É verdade que qualquer cão pode ser treinado para lutar. Mas aqueles cujos ancestrais foram selecionados para serem bons nisso são muito mais propensos a serem mortais. Dados agregados sobre mordidas de cães são enganosos, pois dão o mesmo peso a uma mordida de um chihuahua e a um ataque de um XL Bully. Esta raça é tão perigosa que às vezes mata tratadores de cães profissionais.
Compartilhar uma casa com um cão é um dos maiores prazeres da vida. Mas os amantes de cães não têm o direito de colocar em perigo a vida de outras pessoas possuindo as raças mais perigosas. Há muitas outras raças para escolher.
Zulu
30/05/2024 - 15h12
Os próprios Pitt Bill também.