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Banco Central dá cavalo de pau nos juros

Os técnicos do Banco Central, que aparentemente não tem problema de cartao de crédito, nem de cheque especial, além de gozarem de emprego muito bem remunerado, decidiram aumentar em 0,75 as taxas básicas de juros, valor acima do que os próprios bancos vinham pedindo. O objetivo é combater a inflação, mas esta não está pressionada […]

12 comentários
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Os técnicos do Banco Central, que aparentemente não tem problema de cartao de crédito, nem de cheque especial, além de gozarem de emprego muito bem remunerado, decidiram aumentar em 0,75 as taxas básicas de juros, valor acima do que os próprios bancos vinham pedindo.

O objetivo é combater a inflação, mas esta não está pressionada pela demanda, visto que o desemprego permanece recorde, com mais de 14 milhões de brasileiros sem trabalho. A inflação tem sido puxada pelo combustível, cujos preços estão atrelados ao dólar e às cotações internacionais, e por alguns produtos básicos de exportação, como carnes e soja, por causa da demanda crescente da China.

Então é assim: o Brasil aumenta os juros por aqui para combate a demanda na… China.

Quanto a inflação, é capaz de baixar mesmo, através de mais quebradeira e desemprego.

****

Texto publicado no site do Banco Central:

Copom eleva a taxa Selic para 2,75% a.a.

17/03 às 18:46

Em sua 237ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 2,75% a.a.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

  • No cenário externo, novos estímulos fiscais em alguns países desenvolvidos, unidos ao avanço da implementação dos programas de imunização contra a Covid-19, devem promover uma recuperação mais robusta da atividade ao longo do ano. A presença de ociosidade, assim como a comunicação dos principais bancos centrais, sugere que os estímulos monetários terão longa duração. Contudo, questionamentos dos mercados a respeito de riscos inflacionários nessas economias têm produzido uma reprecificação nos ativos financeiros, o que pode tornar o ambiente desafiador para economias emergentes;
  • Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes, em particular a divulgação do PIB do quarto trimestre, continuaram indicando recuperação consistente da economia, a despeito da redução dos programas de recomposição de renda. Essas leituras, entretanto, ainda não contemplam os possíveis efeitos do recente aumento no número de casos de Covid-19. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o primeiro e segundo trimestres deste ano;
    A continuidade da recente elevação no preço de commodities internacionais em moeda local tem afetado a inflação corrente e causou elevação adicional das projeções para os próximos meses, especialmente através de seus efeitos sobre os preços dos combustíveis. Apesar da pressão inflacionária de curto prazo se revelar mais forte e persistente que o esperado, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue atento à sua evolução;
  • As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação;
  • As expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,6%, 3,5% e 3,25%, respectivamente; e
  • No cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de R$5,70/US$*, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC), as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 5,0% para 2021 e 3,5% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 4,50% a.a. neste ano e para 5,50% a.a. em 2022. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 9,5% para 2021 e 4,4% para 2022.

O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.

Por um lado, o agravamento da pandemia pode atrasar o processo de recuperação econômica, produzindo trajetória de inflação abaixo do esperado.

Por outro lado, um prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia que piore a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco. O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.

O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para 2,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, principalmente, o de 2022.

Os membros do Copom consideram que o cenário atual já não prescreve um grau de estímulo extraordinário. O PIB encerrou 2020 com crescimento forte na margem, recuperando a maior parte da queda observada no primeiro semestre, e as expectativas de inflação passaram a se situar acima da meta no horizonte relevante de política monetária. Adicionalmente, houve elevação das projeções de inflação para níveis próximos ao limite superior da meta em 2021.

Por conseguinte, o Copom decidiu iniciar um processo de normalização parcial, reduzindo o grau extraordinário do estímulo monetário. Por todos os fatores enumerados anteriormente, o Comitê julgou adequado um ajuste de 0,75 ponto percentual na taxa Selic. Na avaliação do Comitê, uma estratégia de ajuste mais célere do grau de estímulo tem como benefício reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, assim como manter a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos. Além disso, o amplo conjunto de informações disponíveis para o Copom sugere que essa estratégia é compatível com o cumprimento da meta em 2022, mesmo em um cenário de aumento temporário do isolamento social.

Para a próxima reunião, a menos de uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude. O Copom ressalta que essa visão para a próxima reunião continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, e das projeções e expectativas de inflação.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.

* Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio R$/US$ observada nos cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom.

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Comentários

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Paulo

17/03/2021 - 21h07

Havia baixado demais e continua muito baixa. Tá bom para um primeiro movimento mas deverá seguir subindo.

    Paulo

    18/03/2021 - 22h23

    ?

      Paulo

      19/03/2021 - 19h00

      ??

        Paulo

        19/03/2021 - 21h55

        ???

Edibar

17/03/2021 - 20h35

É incrível o q se lê por aqui. O q vcs queriam q fosse feito? Aumentar o gasto do governo?? Subsidiar? Comprar o q vai pra exportação?? COM QUE DINHEIRO????? O governo brasileiro já gasta mais do q arrecada, ja faz tempo que precisa se endividar cada vez mais para fechar seus rombos. Quem vcs acham q vai seguir emprestando dinheiro por um juro de 2% ao ano?? Só maluco mesmo. Por isso q o dolar sobe e puxa todo o resto junto. Tinha q subir mesmo!

Paulo

17/03/2021 - 20h29

Eu acho que a banca andou reclamando da fuga dos rentistas…E da competição das Fintechs de investimento, financeiras e consultorias…

    Renato

    18/03/2021 - 07h28

    A banca e os rentistas têm é saudades de Dilma e sua Selic de quase 14% !

      Roberto

      18/03/2021 - 12h57

      Deveria, mas não. Qualquer um chegado no tema sabe q qquer economia com tx de juros basica acima de 7 ou 8% passa por sérios problemas.
      Se só juros bastasse, pq ninguém quer investir na Argentina, com sua tx básica de juros na casa dos 40%??

      Paulo

      18/03/2021 - 22h22

      Certamente, tem…

        Paulo

        18/03/2021 - 22h24

        Têm…

Eduardo

17/03/2021 - 20h20

Seus tontos. O Brasil não é a Suíça e o real não é o franco.
https://youtu.be/CvC_tiEZeIU vídeo de ontem.
O Copom fez bem em aumentar a Selic. Em verdade, errou em baixá-la tanto.

Alan C

17/03/2021 - 19h17

Viva a independência do BC, o poste deve ter gostado.


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