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Analista diz que não vê “Biden desejoso de Lula” como comandante das negociações de paz na Ucrânia

Sputnik – Embora alinhados em questões domésticas, Lula e Biden abrem uma nítida divergência quando se trata do conflito ucraniano. No encontro bilateral ontem (10), o presidente do Brasil reforçou a necessidade de um diálogo de paz entre Rússia e Ucrânia entabulado por países neutros, sem cravar, contudo, uma posição específica a favor de um […]

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Imagem: Ricardo Stuckert

Sputnik – Embora alinhados em questões domésticas, Lula e Biden abrem uma nítida divergência quando se trata do conflito ucraniano. No encontro bilateral ontem (10), o presidente do Brasil reforçou a necessidade de um diálogo de paz entre Rússia e Ucrânia entabulado por países neutros, sem cravar, contudo, uma posição específica a favor de um ou de outro.

A posição enigmática de Luiz Inácio Lula da Silva contrasta com a do presidente dos EUA, Joe Biden, cujo governo já remeteu bilhões de dólares em ajuda militar para a Ucrânia.

Na avaliação do cientista político Guilherme Carvalhido, Biden não foi muito receptivo em relação à proposta de Lula para as tratativas de paz mediadas por nações independentes a fim de encerrar a operação militar especial da Rússia na Ucrânia, que completa um ano no próximo dia 24.

“Há uma abertura de negociação da posição do Brasil para que Lula seja um articulador das posições equilibradas em busca da paz. Mas não houve, digamos assim, um acolhimento total por parte de Biden dessa posição. Não vejo Biden desejoso de ver Lula como um comandante [da interrupção do conflito]. Pelo contrário, ele quer que Lula tenha os interesses norte-americanos acima dessa posição. Por isso essa paz não se coloca como uma posição favorável ao acolhimento de Biden”, observou.

Houve respaldo, porém, dos principais líderes europeus: Emmanuel Macron, chefe de Estado da França, saudou Lula publicamente via redes sociais. Olaf Scholz também sinalizou positivamente para a iniciativa de diálogos de paz proposta pelo presidente brasileiro.

Neste sábado (11), o coro por tratativas de paz engrossou em um artigo publicado no jornal francês Le Monde.

Citando Lula, os presidentes da Argentina e da Colômbia, Alberto Fernández e Gustavo Petro, respectivamente, a ministra espanhola Ione Belarra (Podemos) e o veterano deputado do país, Jean-Luc Mélenchon, defenderam o cessar-fogo e as negociações entre Rússia e Ucrânia para encerrar o conflito.

Segundo Carvalhido, a intenção de Lula é construir a imagem dele a partir do ponto de vista dos primeiros governos dele, ou seja, como um grande articulador político. Para isso, ele precisa se encontrar com os grandes líderes globais.

Externamente, a ambição do presidente é ser esse articulador político “forte na visão dos grandes jogadores mundiais”.

“E começa com a Europa e com os Estados Unidos. O objetivo dele era o início de articulação para uma busca da paz entre Rússia e Ucrânia. Só que ele não teve esse retorno porque não é exatamente o mesmo objetivo que Biden tem. Ele não teve esse sucesso. [Mas] foi um um início de uma busca para uma tentativa dessa articulação. Não dá para saber ainda se é um êxito ou um fracasso porque é o início de uma discussão que ele busca colocar. Mas a resposta de Biden não foi uma resposta, digamos assim, voltada para esse objetivo de Lula”, avaliou.

O chanceler russo Sergei Lavrov deve visitar o Brasil, em abril, segundo informação publicada pelo portal UOL. Sua vinda ao país é a leitura de que “Lula vai ouvir o lado russo também antes de se posicionar mais concretamente em relação a essa questão”, afirma Carvalhido.

“Lula quer a paz, mas ele vai primeiro escutar concretamente o ministro das Relações Exteriores russo para tomar uma decisão em abril. O que Lula está fazendo nessa conjunção? Ele não quer sedimentar uma posição favorável à Ucrânia ou favorável à Rússia antes de ouvir concretamente a posição russa. Sem dúvida, a vinda de Lavrov é decisiva para a decisão definitiva da posição de Lula. Ele não se posicionou externamente quanto a isso porque ele quer, de fato, tomar uma decisão política nesse sentido. Logo, a vinda do chanceler russo é muito importante para a posição de Lula que, no meu entender, ainda não está fechada mesmo com essa visita a Biden. E isso, efetivamente, só coloca a posição clássica de querer a paz. Mas qual a posição da paz que o Lula terá ainda depende muito dessa negociação com o governo russo.”

O especialista vê, agora, a necessidade de Lula escutar também o que a Rússia quer, posição que é contrária aos Estados Unidos.

Ele crê que há uma tendência maior e favorável a Biden, mas sem uma posição concreta ainda para uma tomada de decisão nesse aspecto.

“Há uma grande dúvida sobre qual a posição de Lula. Acho que ele vai permanecer em cima do muro porque é uma situação difícil para o Brasil. Além disso, o papel ideológico que Lula quer se posicionar no mundo não é nem favorável totalmente a Biden, tampouco favorável à posição russa. Ele quer abarcar o papel de finalização do conflito entre Rússia e Ucrânia. Mas não necessariamente se posicionando integralmente por parte de um ou por parte de outro. Por isso a posição em cima do muro, a posição neutra, digamos assim, que Lula vem tomando nos últimos tempos. Uma posição clássica de Lula no seu histórico enquanto presidente no passado. E vejo ele buscando a repetição dessa posição, novamente, agora. E reticente, digamos assim, na posição de que se colocar mais favorável a um ou mais favorável ao outro.”

Carvalhido não tem dúvidas de que Biden está aproveitando que “há uma simetria entre ele e Lula por causa, principalmente, da questão dos ataques antidemocráticos que houve antes de Biden assumir lá nos Estados Unidos e também do dia 8 de janeiro por parte dos manifestantes antidemocráticos em Brasília”.

Criticou, também, o valor proposto pelos EUA para o Fundo Amazônia: apenas R$ 50 milhões.

“É um valor irrelevante. Na prática não houve nada, não houve uma discussão efetiva, não houve uma execução e sim um início da colocação deste como um processo que tem na Europa um desejo de que isso aconteça, sobretudo a partir do ponto de vista da Alemanha, e uma tendência da França. Mas não há ainda uma tendência efetiva de Biden no governo americano para que esse fundo se estabeleça concretamente”, finalizou.

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Comentários

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Nelson

13/02/2023 - 23h21

A ronha já é conhecida de “outros carnavais”. Na verdade, o Senhor Pianca tenta mas não consegue esconder sua predileção por toda a direita, Bolsonaro incluído, e sua sabujice ao Sistema de Poder que domina os Estados Unidos, boa parte do planeta e tem anseios de dominá-lo por inteiro.

Luiz

13/02/2023 - 11h46

Bom mesmo é o Bozo que no início da guerra foi para a Rússia e disse que ia acabar com a guerra.
E aí Minions?

Alexandre Neres

12/02/2023 - 23h40

Chega a ser risível um completo analfabeto geopolítico querer dar pitaco sobre o assunto. É cringe!

Não dá para dialogar com argumentos tão pueris. Ele quer que o mais forte devolva não só os territórios agora ocupados, como outros ocupados anteriormente, algo que nem está sendo objeto de questionamento. Assim, ele quer que a guerra se perpetue indefinidamente. O senhor da guerra sempre quer que as guerras continuem.

Nenhum ator mundial se propôs a mediar o conflito. Finalmente, apareceu um líder com esse propósito.

Nenhum país latino-americano apoia a Ucrânia nessa guerra. Nenhum país africano apoia a Ucrânia. Nenhum país do Oriente Médio apoia a Ucrânia, levando-se em conta que as ditaduras da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes, mesmo sendo aliados de primeira hora dos EUA, estão comercializando com a Rússia como nunca. Nenhum país asiático está apoiando a Ucrânia, à exceção da Coreia do Sul e do Japão, que não precisa nem comentar o porquê. O número de países envolvidos com a guerra é diminuto.

Se a Rússia errou ao invadir a Ucrânia, ao não respeitar a soberania ucraniana, não se pode descurar de deixar claro quem é o agente provocador: Volodymyr Zelensky, um canastrão de quinta categoria. Nenhum país com o poderio bélico como o da Rússia deixaria um outro atuar tão livremente, tentando entrar na Otan e na comunidade europeia, desafiando a integridade territorial russa. Os EUA jamais deixariam mísseis de adversários perto de suas fronteiras, haja vista o episódio da Baía dos Porcos. Quem fala das presepadas da Ucrânia é ninguém mais, ninguém menos, do que Henry Kissinger, que pode ser acusado de tudo, menos de comunista, só entende um bocado de geopolítica.

Por meio de guerras híbridas, depuseram Dilma e colocaram Zelensky no poder. A Rússia houve por bem atacar antes que fosse atacada. A pachorra de Zelensky de, em meio aos escombros, posar com caras e bocas para a Vogue junto com a esposa enquanto o país estava em guerra diz muito a respeito do seu caráter.

Por outro lado, não se pode negar que a única coisa que o protobolsonarista faz neste portal é passar pano e tentar normalizar o genocida, tentando estabelecer comparações estapafúrdias entre tal triste figura e o presidente Lula, como fez mais uma vez nesta matéria. Ele nem sequer dá a chance para que o nosso país se recupere, pouco se importou com o que houve no 8J, nunca teceu sequer um comentário condenando a intentona golpista, assim como deixa entrever que está pouco se importando se os ianomâmis fossem extintos. O objetivo dele é um só: delenda Lula!

Outro dia ele mais uma vez demonstrou sua ignorância sobre a política mundial, que jogou Biden e Lula um nos braços do outro. Qualquer incauto conhece os efeitos deletérios da extrema-direita nessa quadra histórica, tentando solapar os pilares democráticos por meio de um discurso falacioso permeado de fake news e atuando fortemente nesse sentido. Sabe o que esse senhor disse? Que todos os segmentos do espectro político são legítimos, a esquerda, a direita, o centro e a ultra-direita. Todo mundo sabe qual é a única parte do espectro está atacando o estado democrático de direito, os poderes constituídos, está se utilizando das redes sociais com astúcia para arregimentar um rebanho e colocar a democracia em xeque. Entrementes, ele está naturalizando a extrema-direita e o mitômano que desgovernou o país nos últimos 4 anos, associando-o a líderes incontestes como Lula e Pelé.

Ele disse que o problema não é a extrema-direita, mas, sim, os populistas, querendo novamente inculpar Lula. Um populista é alguém que governa, que se comunica diretamente com a população, o que jamais foi o caso de Lula, que governou o país por 8 anos por meio das instituições, o mesmo que está tentando fazer novamente, com os poderes mostrando uma harmonia há muito não constatada. Embora Lula tenha um inato talento para se comunicar com o povo, nunca se valeu disso para governar, muito antes pelo contrário. Para se entender o período lulista anterior, uma das melhores fontes é sem dúvida André Singer, que caracterizou o governo Lula como um reformismo fraco. Uma das características marcantes do governo Lula foi o fato de ter desmobilizado a própria base no decorrer do mandato, tocando o barco sempre pelas vias institucionais e tranquilizando o status quo, o que mais tarde se revelou um erro quando o establisment partiu pra cima de Dilma com unhas e dentes, alegando umas tais pedaladas. Só pra se ter uma ideia, nas Americanas, empresa privada, ocorreu uma motociata e não pedalada.

Precisamos nos dissociar desse lixo branco que desgovernou o país ultimamente. Esse tipo de gente veio para o nosso país recebendo todo tipo de benesses, que era negado aos próprios filhos da terra, para branquear a raça. Esse rebotalho, que não conseguia arrumar nada nos seus respectivos países, veio para cá. Até aí, tudo bem. Só que boa parte veio com o rei na barriga, repleta de preconceitos e com uma visão tacanha, guindando o partido nazista brasileiro, o segundo com mais filiados no mundo inteiro. São esses cuja maioria, a princípio, ficou de São Paulo para baixo. São os que depois foram ocupar o Centro-Oeste e a Amazônia de forma predatória, gerando uma série de transtornos. É duro ter que conviver com essa gente em uma mesma nação, fico impressionado com os absurdos que vejo acontecer em Santa Catarina, terra abarrotada de discípulos do capetâo. São tantos os disparates que prefiro nem comentar. A Santa Catarina do Sudeste não fica atrás…

Fanta

12/02/2023 - 22h39

Os únicos que acham que o Brasil e Lula sejam alguma coisa são os petralhoides mas ao mundo não interessa nada do Brasil, basta um mínimo de vivência fora desse fim de mundo.

O que lá fora falam do Brasil é de um lugar onde passar uma semana de férias e nada mais.

Nem no futebol se fala mais do Brasil póis não tem mais nada a oferecer.

O resto são invenções e propaganda para cabeças ocas.

Duds

12/02/2023 - 21h02

Lula ser comparado com o criminoso Bozo, o genocida, terroristas bolsonaristas vagabundos talibã, aí já é demais, além de quebrar o Brasil, causar a enorme inflação, subindo drásticamente diesel, gasolina, gás de cozinha, tirando todo poder de compra do povo, contra a ciência, dando remédios de vermes para população no a COVID , e toda a familicia envolvidos em crimes contra o povo brasileiro, não o bolsonaristas terroristas nunca mais no Brasil

Paulo

12/02/2023 - 20h05

Parece-me que são $ 50 milhões de dólares, e não reais. Mas não tenho certeza, e, de qualquer forma, esses valores, mesmo somados ao que alocaram Alemanha e Noruega, representam evidentemente muito pouco para sequer um começo de solução da questão da ocupação predatória da Amazônia…

GENOCIDA PRESO

12/02/2023 - 17h59

habemos presidente

isso incomoda os eeuu

afinal de contas, a direita sempre foi o lixo da história

EdsonLuíz.

12/02/2023 - 16h37

Lula como negociador entre um país bárbaro e estuprador e um outro país tentando ter liberdade e proteção contra a perversidade? Claro que NÃO!

Colocar Lula negociando a paz em favor dos objetivos da perversidade e do abuso da Rússia? Alguém já esqueceu que há pouco Lula, enlouquecidamente, estava colocando a culpa na Ucrânia e no presidente Zelenski. Que culpa Zelenski e a Ucrânia tinha? A de ser invadida, sendo que nem um ucraniano sequer houvera ido até a fronteira da Rússia e cuspido?

Claro que ninguém sério quer Lula como negociador dos objetivos perversos da Rússia.
▪Nem Biden;
▪Nem Macron;
▪Nem Scholz,
▪Nem Zelenski.

Só quem vai querer Lula como negociador é a Rússia e Vladimir Putin.

Macron até foi camarada com Lula e, para ver até onde Lula vai com esse papo de negociar paz, Macron chamou Lula para se juntar ao apoio ao plano de fim da guerra proposto por Zelenski e a Ucrânia, que é o plano de fim de guerra que o mundo progressista apoia. Macron disse para Lula:”Vamos juntos”. Ir junto, neste caso, é ir junto com ele, Macron, e com Biden, com Zelenski, com Scholz, …

A guerra está correndo. A Rússia começou e está violentando estupidamente a Ucrânia todo dia… e Lula, em sua última declaração, disse:

“Precisamos dar tempo à Rússia de rever seus erros”. (Pelo menos Lula parou de culpar quem não tem culpa e é vítima: Lula culpava cinicamente a Ucrânia).

A Ucrânia está sendo estuprada pela Rússia. Lula quer dar tempo à Rússia para quê? Se fosse uma filha dele sendo estuprada Lula estaria pedindo para dar tempo para o estuprador?

Lula é mesmo esse ser menor. Algumas vezes Lula consegue ser menor até mesmo que Bolsonaro.

Zulu

12/02/2023 - 15h09

Ninguém leva a sério o Larápio Canastrão, nem os brasileiros.


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