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A eleição mais classista da história?

O gráfico acima usa os dados da tabela abaixo. Ele traz uma realidade eleitoral algo assustadora. Teremos uma das eleições mais classistas de nossa história? Eu digo assustadora porque sugere, no caso de derrota da presidenta, uma atmosfera de frustração junto aos segmentos mais vulneráveis da população. Um governo sem apoio da população mais pobre, […]

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O gráfico acima usa os dados da tabela abaixo. Ele traz uma realidade eleitoral algo assustadora. Teremos uma das eleições mais classistas de nossa história?

Eu digo assustadora porque sugere, no caso de derrota da presidenta, uma atmosfera de frustração junto aos segmentos mais vulneráveis da população.

Um governo sem apoio da população mais pobre, se enfrentar uma crise econômica, ou, embriagado pelo apoio da mídia,  adotar medidas “impopulares”, corre o risco de provocar uma convulsão social.

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Segundo o Ibope, cujo relatório completo publico abaixo, a maioria esmagadora dos brasileiros mais pobres votaria em Dilma num eventual segundo turno. Ela teria 58% dos votos, o que corresponderia a 72% dos votos válidos.

Já os mais ricos, ainda considerando um hipotético segundo turno nas eleições presidenciais de outubro, votariam majoritariamente em Aécio: ele teria 54% do votos, ou 68% dos votos válidos.

Nos dois segmentos intermediários, Dilma ganha no mais pobre (1 a 2 salários) e empata no mais rico (2 a 5 salários).

Uma pena que o Ibope reduziu a segmentação por renda. Em pesquisa feita em junho, distinguia-se os votos dos eleitores com renda familiar de 5 a 10 salários daqueles com mais de 10 salários.  No primeiro, Dilma ganhava de 41% a 35% (num segundo turno com Aécio); na faixa mais rica, ela perdia de 44% X 29%.

junho

Pode-se inferir, portanto, que o maior problema de Dilma permanece a faixa que ganha mais de 10 salários.

Essa situação reforça a importância das redes sociais, cujas polêmicas atingem e influenciam diretamente as classes mais abastadas, um eleitorado importante por seu poder de formar opinião.

Quer dizer, em 2010, observamos como algumas campanhas de difamação, operando sobretudo através de listas massivas de emails, podem afetar também os mais pobres.

Mas as polêmicas mais complexas, os embates entre mídia X blogosfera, por exemplo, tendem a causar impacto sobretudo na faixa com maior renda e escolaridade, onde Aécio é mais forte e, por isso mesmo, tem mais a perder.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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ibfae

10/08/2014 - 15h49

Eu gostaria de ver essa mesma extratificação de diversas formas: por grau de formação educacional, por profissão, por iniciativa pública e privada. Aí sim teríamos um retrato fidedígno de quem é quem. Esse gráfico para mim não mostra nada, porque pensar que quem ganha mais de 5 salários mínimos é rico só pode ser uma afronta! Rico é ganha mais de 50 salários mínimos mês.


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