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Alguns comentários sobre a nova pesquisa Ibope

O Ibope divulgou o relatório completo de sua mais recente pesquisa de intenção de voto, com levantamento realizado entre os dias 8 e 10 de setembro.  Os números devem ser comparados com a pesquisa da semana anterior, feita entre os dias 1 e 3 de setembro. Os números gerais já são bem conhecidos aqui. O […]

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Pintura Flavio Shiró

O Ibope divulgou o relatório completo de sua mais recente pesquisa de intenção de voto, com levantamento realizado entre os dias 8 e 10 de setembro.  Os números devem ser comparados com a pesquisa da semana anterior, feita entre os dias 1 e 3 de setembro.

Os números gerais já são bem conhecidos aqui. O destaque é o crescimento forte de Bolsonaro, que passou, na pesquisa espontânea, de 17% para 23%. Entre pessoas que ganham mais de 5 salários, Bolsonaro cresceu, ainda na espontânea, de 26% para 36%.

No Sudeste, região que reúne 43% do eleitorado brasileiro, ou 64 milhões de eleitores, Bolsonaro cresceu de 17% para 26% na espontânea, um aumento de 9 pontos.

O eleitor, aparentemente, já está bastante ciente de que Lula não será mais candidato, pois o ex-presidente desabou na espontânea: tinha 22% há uma semana, e agora tem 15%. No Sudeste, Lula agora tem apenas 9% na espontânea.

Na estimulada, Jair Bolsonaro cresceu de 22% para 26%, puxado sobretudo pelo eleitorado característico: homem (28% -> 35%), branco (26% -> 35%), renda superior a 5 salários (30% -> 35%), residente no Sul (23% ->37%), Sudeste (24% -> 29%) e Centro Oeste (26% -> 31%).

Os crescimentos segmentados de Bolsonaro, como se vêem, estão todos acima das margens de erro.

O candidato do PT, Fernando Haddad, experimentou um crescimento vigoroso, de 6 pontos, entre eleitores que ganham até 1 salário, passando de 4% para 10%. Ainda é, contudo, um percentual muito baixo para um herdeiro de Lula. Alckmin, por exemplo, tem 11% nesse mesmo segmento, Bolsonaro 14%, Ciro 13% e Marina 12%. O total de brancos/nulos/indecisos nessa faixa é de 32%.

Haddad assistiu a uma queda importante, todavia, entre o eleitorado de renda mais alta, com renda superior a 5 salários, de 11% na semana passada, para 6% esta semana.

Na média geral, Haddad oscilou dois pontos para cima, pontuando 8%.

Ciro, por sua vez, oscilou um ponto para baixo, e ficou com 11%. Ciro cresceu entre eleitores de renda mais alta, de 9% para 11%, manteve-se firme junto ao eleitorado mais pobre, mas perdeu 4 pontos entre eleitores com renda entre 1 e 2 salários, onde declinou de 13% para 9%.

Marina perdeu sobretudo entre eleitores com renda entre 1 e 2 salários, onde ela tinha 14% semana passada e caiu para 8% esta semana. Marina não perdeu, porém, apenas para Haddad. Bolsonaro também cresceu fortemente nesse segmento mais pobre, de 19% para 27%.

Vamos saltar para outros momentos da pesquisa, em que ela apura o potencial de transferência de votos de Lula. Pergunta-se ao entrevistado se o apoio de Lula o faria “votar com certeza” em Fernando Haddad, a cogitar a possibilidade de votar nele, ou não votaria “de jeito nenhum” no candidato se ele fosse apoiado pelo ex-presidente.

Um total de 23% afirmaram que “votaria com certeza” em Haddad. Esse é o percentual que o PT conta para chegar ao segundo turno.

O que pode dar um pouco de dor de cabeça a Haddad é a tradicional rejeição da classe média ao PT. Entre pessoas que ganham mais de 5 salários, por exemplo, 73% responderam que o apoio de Lula lhes decidiriam a não votar ‘”de jeito nenhum” no ex-prefeito. Na semana passada, a rejeição desse mesmo segmento ao apoio de Lula era de 64%, o que mostra que Haddad, ao mesmo tempo em que começa a receber na veia a transfusão dos votos lulistas, recebe junto o vírus do antipetismo de setores da classe média, em especial do sul/sudeste.

Na tabela de rejeição, o líder isolado é Bolsonaro: 41% dos entrevistados responderam que não votariam nele “de jeito nenhum”. Entre eleitores pardos/pretos, a rejeição de Bolsonaro chega a 46%. Entre eleitores que ganham até 1 salário, a rejeição também é muito alta, também 46%.

Marina e Haddad estão em segundo lugar no ranking de rejeição, mas com percentuais baixos, dentro da normalidade, em 23% – 24%. O problema de Haddad é com a classe média, onde sua rejeição já subiu para 38%, empatando com os 39% de Bolsonaro. Aliás, a rejeição de Bolsonaro caiu muito nessa faixa: semana passada, ele tinha 46% de rejeição entre os mais ricos.

Entre os mais humildes, no entanto, que é o eleitorado onde Haddad espera aumentar sua votação, o petista tem rejeição muito baixa, de apenas 12%.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Curiosinho

13/09/2018 - 17h56

– O paiêêêêê…
– O que foi de novo meu filho ?
– Essa é a pintura de um intestino esfaqueado ?
– Te manda daqui seu cambacica!

Norberto A Aranchipe

13/09/2018 - 06h25

O FILOSOFO POPULAR TIM MAIA, ESTAVA CERTO , !!!!!!! AQUI PROSTITUTA SE APAXIONA, CAFETÃO TEM CIUME , TRAFICANTE SE VICIA, E TRABALHADOR É DE DEREITA ,!!!!!!! , ASSIM NÃO PODE DAR CERTO NUNCA !!!!!!!!!!!!!


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