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Cargos em aberto do governo Lula deixa base receosa

A articulação política do governo enfrenta dificuldades, com cobranças direcionadas a partidos da base na tentativa de melhorar a relação com o Congresso. A falta de acordo nos estados e a existência de cargos de segundo escalão ainda vagos expõem ainda mais esses desafios. De acordo com um levantamento da consultoria Ética Inteligência Política, do […]

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EBC

A articulação política do governo enfrenta dificuldades, com cobranças direcionadas a partidos da base na tentativa de melhorar a relação com o Congresso. A falta de acordo nos estados e a existência de cargos de segundo escalão ainda vagos expõem ainda mais esses desafios. De acordo com um levantamento da consultoria Ética Inteligência Política, do O Globo, constatou-se que, após quatro meses e meio de gestão, 20 posições ligadas diretamente aos gabinetes dos ministros permanecem desocupadas, o que representa 11% do total de 178 cadeiras analisadas. Essa situação se estende por todo o país, onde o terceiro escalão também enfrenta impasses em estados como Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Pará, Tocantins e Mato Grosso do Sul.

Carlos Fávaro, o ministro da Agricultura, chegou a declarar o ainda não nomeado o ex-deputado Neri Geller para a Secretaria de Política Agrícola, em Brasília. Já no Ministério de Minas e Energia, houve indícios de que Inácio Melo, marido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), assumiria o comando do Serviço Geológico. A escolha ainda não foi oficializada. A falta de definição em relação aos cargos nessa pasta levou a cobranças direcionadas ao ministro Alexandre Silveira durante uma audiência na Câmara no início de maio.

No Ministério dos Portos e Aeroportos, sob o comando de Marcio França, estão ocorrendo disputas acirradas pelas unidades estaduais das Companhias Docas, muito cobiçadas pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).

No Ministério dos Portos e Aeroportos, sob o comando de Marcio França, estão ocorrendo disputas acirradas pelas unidades estaduais das Companhias Docas. Parte dessas unidades está sendo cobiçada pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro). “O conselho de administração vai avaliar meu nome na terça-feira”, afirmou Denis Bezerra, ex-deputado (PSB-CE), que deve comandar a função no Ceará.

Em Minas Gerais, dos 42 cargos em questão, apenas seis foram oficialmente preenchidos até o momento. Entre os nomeados está um indicado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que assumiu o comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Por outro lado, postos em instituições como as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) estão sendo disputados por representantes do PSD, PT e MDB. Luiz Fernando Faria (PSD-MG), coordenador da bancada mineira, reuniu-se com o ministro Alexandre Padilha para correr com as nomeações.

Já em Pernambuco, existem 48 cargos disponíveis. Dos apresentados, 43 estão sendo disputados, enquanto existem só cinco foram preenchidos. O MDB e o PP são alguns dos que almejam conquistar esses postos. Existe a expectativa de que a ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) assuma a presidência da Hemobras, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, em novembro, uma vez que esse cargo possui um mandato específico.

No Pará a reclamação é de que a maior parte dos cargos foram ocupados por membros do Partido Trabalhista (PT). Na lista de cargos ocupados pelo partido estão as três chefias do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a gerência regional da Agência Nacional de Mineração, as superintendências dos ministérios do Trabalho e Pesca e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Outros partidos da base aliada, como o MDB e o PSB, estão tentando obter outras posições, como o comando do Banco da Amazônia.

Além das solicitações que não avançam, o PT também atua em alguns casos para remover indicados de outras siglas, como ocorreu na Codevasf da Bahia, que estava sob o comando de um indicado do deputado Elmar Nascimento (União-BA). Esse órgão é um dos mais disputados entre os cerca de 35 cargos federais no estado, em que apenas seis nomes foram oficializados até o momento. Existem também vagas em aberto no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

Outros partidos da base também estão disputando influência. Em Tocantins, os senadores Irajá Abreu (PSD) e Professora Dorinha Seabra (União Brasil) estiveram envolvidos em uma disputa desde janeiro para indicar o comando estadual da Codevasf. A definição só ocorreu na semana passada, quando um afilhado de Dorinha teve sua nomeação publicada no Diário Oficial. Vale ressaltar que a senadora, atualmente vice-líder de Lula no Congresso, apoiou Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

A União Brasil, por sua vez, estrelou um embate no estado de Mato Grosso do Sul, pois colocou duas filiadas em lados diferentes. A ex-deputada Rose Modesto não contava com o apoio da senadora Soraya Thronicke, presidente da legenda no estado, para assumir um cargo no governo. No entanto, na semana passada, Modesto foi escolhida para chefiar a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), órgão responsável por administrar um fundo de R$ 9,5 bilhões.

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