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Diesel russo toma espaço do produto de origem americana nas importações brasileiras

Importações de diesel russo superam as dos EUA no Brasil Aumento nas compras coincide com sanções da União Europeia e dos Estados Unidos contra a Rússia O governo brasileiro precisará ficar muito atento a possíveis reações violentas dos lobbies petroleiros americanos. Em outras ocasiões, sempre que Brasil reduziu muito as importações de derivados de petróleo […]

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  • Importações de diesel russo superam as dos EUA no Brasil
  • Aumento nas compras coincide com sanções da União Europeia e dos Estados Unidos contra a Rússia

O governo brasileiro precisará ficar muito atento a possíveis reações violentas dos lobbies petroleiros americanos. Em outras ocasiões, sempre que Brasil reduziu muito as importações de derivados de petróleo dos EUA, ocorreram turbulências políticas no país. A Lava Jato e o Impechment de Dilma Rousseff, por exemplo, podem ter sido motivados pelas decisões da Petrobrás de construir refinarias no Brasil, o que fatalmente levaria ao declínio da dependência de importações do produto americano.

Dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) revelam que as importações de diesel russo pelo Brasil aumentaram significativamente este ano. Em fevereiro, as importações foram de US$ 98 milhões e subiram para US$ 344,6 milhões em junho. Para efeito de comparação, as vendas de diesel dos Estados Unidos para o Brasil foram de US$ 309 milhões em janeiro, caindo para US$ 80,3 milhões em junho. Em julho, as importações de diesel russo para o Brasil totalizaram US$ 240,7 milhões, enquanto as dos Estados Unidos somaram US$ 203,7 milhões.

Desde fevereiro, empresas brasileiras do setor de petróleo, como Petrobras e Vibra, têm observado um aumento nas importações de diesel da Rússia. Esse aumento ocorre em um contexto em que a Rússia enfrenta sanções internacionais devido à guerra com a Ucrânia. A União Europeia proibiu a importação de diesel e outros derivados do petróleo da Rússia desde fevereiro, uma medida que já se aplicava ao petróleo bruto desde dezembro do ano anterior. Isso levou a Rússia a redirecionar suas vendas, e o Brasil emergiu como um dos principais destinos, ao lado da Índia e da China.

O G7 e a União Europeia estabeleceram um teto de preço para produtos russos. Esse teto é de US$ 100 por barril para os principais derivados, como o diesel, e de US$ 45 para produtos mais baratos, como lubrificantes. Essa regra afeta empresas que não estão baseadas nos países do G7 ou na Europa, mas que têm negócios com essas regiões, como é o caso de várias empresas brasileiras.

Um levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostrou que cerca de 25 empresas brasileiras tiveram pedidos aprovados para importar produtos da Rússia entre janeiro e junho deste ano. A Braskem, uma das empresas com pedidos aprovados, afirmou que não importou produtos russos em 2023. A Refinaria de Manaus, também na lista, não respondeu quando procurada.

Na divulgação de seus resultados do segundo trimestre, a Vibra indicou que o aumento das importações de diesel russo pressionou suas margens. Em resposta, a empresa optou por cortar custos e fortalecer sua relação com a Petrobras, seu principal parceiro na distribuição de combustíveis. Claudio Schlosser, diretor de logística, comercialização e refino da Petrobras, também notou o aumento das importações de diesel russo e expressou preocupações sobre incertezas na economia global.

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