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Eleições de Taiwan: os resultados soam como um sinal precoce para as esperanças da oposição

Cerca de uma hora depois do encerramento das urnas, alguns apoiadores da oposição já tinham aceitado que aquele não seria o seu dia. As sondagens de opinião pré-eleitorais colocaram consistentemente William Lai, do DPP, à frente dos seus dois rivais, e os resultados parecem confirmar esta previsão. Não demorou muito para que o resultado da […]

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SCMP

Cerca de uma hora depois do encerramento das urnas, alguns apoiadores da oposição já tinham aceitado que aquele não seria o seu dia. As sondagens de opinião pré-eleitorais colocaram consistentemente William Lai, do DPP, à frente dos seus dois rivais, e os resultados parecem confirmar esta previsão.

Não demorou muito para que o resultado da eleição presidencial de Taiwan se tornasse aparente após o encerramento das urnas. Mesmo antes de os resultados finais terem sido anunciados, os meios de comunicação social e os partidos políticos taiwaneses já publicavam as suas próprias estimativas com base nas contagens das 17 mil assembleias de voto da ilha – todas mostrando consistentemente William Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista, a liderar os seus dois adversários.

Por volta das 20h – quatro horas depois do encerramento das urnas – os outros dois candidatos, Hou Yu-ih do Kuomintang e Ko Wen-je do menor Partido Popular de Taiwan – atiraram a toalha e admitiram a derrota.

Mas mesmo depois de uma hora de contagem, alguns dos seus apoiadores já tinham aceitado que aquele não seria o seu dia.

“Não estou desapontado, sabia que era improvável que ele vencesse”, disse um dos apoiadores de Ko, um homem de 45 anos chamado Huang.

O residente de Taipei que trabalha no setor de logística trouxe sua filha com ele para se misturar com a multidão que se reunia em frente ao escritório de campanha de Ko para observar os resultados e já estava claro que seu candidato estava atrás em terceiro lugar.

“Os votos que Ko obteve já são muito maiores do que eu esperava, dado a seus recursos disponíveis como candidato de um terceiro partido”, disse Huang.

“Nem toda votação precisa ser sobre a escolha do candidato vencedor. Quero que o meu voto reflita que estou insatisfeito com os dois grandes partidos e mostre a Ko e a outras pessoas que querem participar na política que existe apoio para uma terceira voz.”

Apoiador de Ko Wen-je foi filosófico sobre o resultado, dizendo que achava importante mostrar que nem todos apoiavam os dois partidos principais. – Kinling Lo

Os mais de 19,5 milhões de eleitores puderam depositar três votos no total: um para o presidente e dois para a legislatura – um para cada círculo eleitoral e outro para uma lista partidária.

Com idade legal para votar de 20 anos, as eleições deste ano significaram que houve mais de um milhão de eleitores pela primeira vez.

As eleições decorreram num clima quente e ensolarado na maior parte de Taiwan, ajudando a garantir uma participação saudável de mais de 70 por cento, apesar de os eleitores terem de viajar para o local onde foram registados pela primeira vez como residentes para votar.

Isto não significa apenas que muitas pessoas terão de regressar às suas cidades natais, vindas das principais cidades, mas também os residentes estrangeiros terão de regressar à ilha para votar.

As autoridades de imigração de Taiwan disseram que mais de 48 mil pessoas viajaram da China continental para a ilha em um período de sete dias que terminou na quinta-feira, 10 mil das quais chegaram naquele dia.

Mas alguns eleitores enfrentaram perturbações de última hora que os deixaram em risco de ficar de fora. Um voo militar programado de Quemoy – uma ilha também conhecida como Kinmen que fica a cerca de 10 km (6 milhas) do continente – foi suspenso pelo Ministério da Defesa. Afirmou que o cancelamento de última hora ocorreu porque as tropas precisavam ser transferidas para outras funções por razões de “prontidão para o combate”.

A decisão afetou cerca de 60 a 70 pessoas na ilha – um reduto tradicional do KMT, amigo do continente, de acordo com a TTV News de Taiwan. Às 14h, cerca de 25 pessoas ainda aguardavam voos, acrescentou o relatório.

As eleições foram acompanhadas de perto em todo o mundo dadas as possíveis implicações do resultado tanto para as relações de Taiwan com o continente como para as tensões em curso entre Pequim e Washington.

Os eleitores numa assembleia de voto em Taipei votaram para escolher o próximo presidente e a legislatura. – Elson Li

Um observador atento foi um cidadão de Hong Kong de 30 anos chamado Leung, que viajou para Taipei para testemunhar a eleição em primeira mão.

“Taiwan é um dos lugares mais democráticos de toda a Ásia e Hong Kong não realiza este tipo de eleições, por isso é especialmente interessante para mim”, disse ele.

“O destino da China continental, de Hong Kong e de Taiwan estão intimamente ligados, por isso é importante saber também o que está por vir para Taiwan.”

Publicado originalmente por SCMP em 13/01/2024

Por Kinling Lo – Pequim

Kinling Lo é um correspondente que cobre notícias sobre diplomacia e sociedade para o Post.

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Comentários

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Paulo

14/01/2024 - 11h18

E essa é a contradição de toda democracia: dar voz até àqueles que pretendem solapá-la, uma vez no poder…

Paulo

14/01/2024 - 11h17

O que é surpreendente é constatar que há um partido comunista em Taiwan…Valem-se da democracia para destruí-la. Essa é a sina de todo comunista: ser um cínico em regimes democráticos…

EdsonLuiz.

13/01/2024 - 22h53

VIVA TAIWAN !
VIVA A DEMOCRACIA !

A CHINA E TODOS
OS QUE ESPALHAM ÓDIO
CONTRA A DEMOCRACIA
ESTÃO DESAFIADOS ::

■Enquanto a China fazia ameaça espalhando ódio contra a democracia de Taiwan e dizendo que se um partido pró-China não ganhasse as eleições na ilha haveria risco de guerra, Taiwan fazia a sua festa democrática.
=》Festa verdadeira::
Na disputa:
■Havia partidos de situação;
■Havia partidos de oposição.

■A CHINA DEVIA PARAR DE FAZER AMEAÇA!
■A CHINA DEVIA FAZER ELEIÇÕES!

Enquanto a China ameaça, Taiwan faz eleição com a participação até de quem quer acabar com a democracia de Taiwan e se juntar à ditadura da China.

A democracia é assim:: defende o seu direito até quando você a ameaça. Quem espalha ódio contra a democracia é covarde, especialmente quando é alguém que precisa da democracia profissionalmente ainda mais que existencialmente.

Você é digno ou você é covarde?

■Acaso Taiwan se junte ou seja juntada
à força à ditadura da China, ACABA a liberdade e o direito dos que querem viver de forma livre.

Junto com o fim da liberdade na ilha de Taiwan, se Taiwam for obrigada a se juntar à China, acabam também os jornalistas, pelo menos os jornalistas que têm integridade.

Se a ditadura dominar Taiwan, os que lá insistirem em ser jornalistas de verdade, sem ficarem perfumando o poder para que lhes dê umas moedinhas…

…ou morrem;
…ou costuram a boca e ficam calados;
…ou…

■Você, que é jornalista aqui no Brasil::
=>Você quer aqui um regime que retira a liberdade das pessoas?
=>Você quer viver em uma sociedade cuja autoridade seja a botina do jagunço do ditador?
=>Você desistiria de ser jornalista, perderia a dignidade e viraria propagandista de ditaduras?
=>Você apoiaria um regime que mata jornalistas?

Você se submete a ser, você, um jaguncinho de ditadores?

E desde agora, enquanto não somos ainda uma ditadura:;
■Você apoia forças políticas do Brasil que são cúmplices de assassinos de jornalistas?

Você acha que tem dignidade e bom caráter quem usa o autoritarismo de Bolsonaro para se fingir de democrata e, no entanto, apoia ditadores que assassinam jornalistas? Ou para você quem usa Bolsonaro para se passar por democrata sem que seja um democrata de verdade é um enganador e só está no poder para liderar corrupção e por querer ter poder porque tem o psiquê deformado?

Você::
■Você é um jornalista que tem dignidade?
■Você dá apoio a quem aqui no Brasil apoia o assassinato das meninas do Irã que tiram os véus e libertam os cabelos para manifestarem repúdio à ditadura?
■Você dá apoio aqui no Brasil a quem apoia ditaduras que perseguem e matam LGBT+?

Pois todos estão desafiados pelo corajoso povo de Taiwam a defenderem a democracia, os que são adeptos de ditaduras estão desafiados a se converterem à democracia, à liberdade e ao progressismo e, aqui no Brasil, desafiados a denunciarem os que se fingem de progressistas.


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