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As apostas de Marina, a parasita de Eduardo Campos

Esse artigo do professor está divertido de bom. Destaco um trecho: “Quando ao Partido dos Trabalhadores for garantida a mesma licença para propaganda eleitoral de que gozam sem punição a coalizão Rede/PSB e o PSDB, o radicalismo estratégico de Marina Silva tornará inconvincentes as declarações de Eduardo Campos de que está no mesmo campo de […]

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Esse artigo do professor está divertido de bom. Destaco um trecho:

“Quando ao Partido dos Trabalhadores for garantida a mesma licença para propaganda eleitoral de que gozam sem punição a coalizão Rede/PSB e o PSDB, o radicalismo estratégico de Marina Silva tornará inconvincentes as declarações de Eduardo Campos de que está no mesmo campo de Lula, apenas querendo mais e melhor. Marina não quer melhor nada e muito menos, mais. Sua visão de mundo é estranha aos desafios da humanidade, ao contrário do que anuncia, substituindo as dificuldades do afazer real pelo refúgio das utopias passadistas e de bucólicas reconstruções da natureza. “

Também achei interessante a análise sobre o papel de Marina na campanha de Campos, comparando-o a quase uma parasita, que só quer os bônus da aliança, e nenhum ônus, porque não tem compromisso objetivo com nenhuma vitória, mas apenas em aumentar a exposição de seu nome e prejudicar o PT.

*

Marina Silva, jogadora de pôquer

Marina Silva é a única candidata que nada tem a perder nesta eleição. Disputando a vice-presidência não será dela automaticamente a derrota de Campos.

Por Wanderley Guilherme dos Santos, na Carta Maior.

Marina Silva é a única candidata que nada tem a perder nesta eleição. Disputando a vice-presidência não será dela automaticamente a derrota de Eduardo Campos. Mas em propaganda futura seus seguidores creditarão a seu prestígio todos os votos dados a ele. Atribuindo o fraco desempenho de seu candidato nas pesquisas ao ainda pouco conhecimento do eleitorado de que Marina é a vice, a própria campanha do PSB tece o tapete para ela no futuro. Marina Silva, com bastante malícia, declarou em 2010 que perdeu ganhando. De fato, tornou-se nacionalmente reconhecida como candidata competitiva e com a bolsa entupida por cerca de 20 milhões de votos. Nada garante que repita o feito em 2014, nem que, nos votos finais a Eduardo Campos, a maioria se deva a ela e não a ele. Nenhum resultado de pesquisa, neste momento, pode assegurar muita coisa a respeito de nenhum candidato, exceto que, seja o resultado qual for, Marina Silva nada tem a perder.

Com o crédito já reivindicado pelos votos que o PSB receber na eleição presidencial, Marina ganhará, ademais, os aplausos pela votação que os candidatos da Rede, locatários da sigla socialista, descolem pelo Brasil a fora. Esse é o principal lance de Marina Silva nas eleições deste ano e é, explicitamente, o preço que está cobrando pelo acordo com Eduardo Campos. Ou melhor, uma porcentagem do preço, sendo outra, grande, o poder de veto sobre as coalizões que o PSB tenta construir nos pleitos estaduais. Neste ponto ela tem sido de uma contundência típica de José Serra, já mostrada anteriormente, ao atacar os pretendentes a acordos com o PSB, quando estes, segundo ela, ameaçam comprometer a reputação da Rede.

Não há nenhuma caridade evangélica na acusação de que Aécio Neves e o PSDB têm cheiro de derrota, dando início, com essa salva de artilharia, ao rompimento do fingido namoro entre os dois candidatos da oposição à presidência da República. Era de se esperar que os afagos se transformassem em agressões com a proximidade do pleito, mas o destempero de Marina Silva revela o estilo de concorrência que o candidato do PSDB, Aécio Neves, pode esperar dos “companheiros de projeto”, em especial da Rede e de sua proprietária ideológica.

Ainda um tanto sem jeito, Eduardo Campos busca trazer uma réstia de luz progressista ao obscurantismo marineiro, impedido, contudo, de desafiar as principais bandeiras de identidade da Rede. Já Marina Silva não concilia, precisamente porque não está apostando, mas construindo seu futuro político, ao contrário de Campos, destinado a arrastar a carga de uma derrota eleitoral que, após o fato, terá o sabor de desnecessária e maculada aventura.

O empurrão para a direita sofrido por Aécio é provavelmente o troco por sua desabrida proclamação de que seria o candidato do agronegócio. Não havendo fundamento conhecido para tamanha bazófia, restou-lhe a incômoda posição de parecer um desarvorado mendigo de apoios. Reforçando o hábito de seguir as veredas indicadas por sua candidata a vice, Eduardo Campos ensaia mordiscar as atitudes do candidato tucano, buscando situar-se entre o PSDB e Dilma Roussef.

Mas a estratégia geral da campanha tem todo o jeito de estar sendo elaborada por Marina Silva. Ainda não há registro de qualquer alteração nas bandeiras defendidas por ela na disputa de 2010, tanto no subliminar desgosto com o desenvolvimento econômico quanto na agenda retrógrada de suas convicções sociais e de costumes. Eduardo Campos é o retirante neste capítulo, mordendo a língua e abjurando suas crenças socialistas e progressistas do passado.

Quando ao Partido dos Trabalhadores for garantida a mesma licença para propaganda eleitoral de que gozam sem punição a coalizão Rede/PSB e o PSDB, o radicalismo estratégico de Marina Silva tornará inconvincentes as declarações de Eduardo Campos de que está no mesmo campo de Lula, apenas querendo mais e melhor. Marina não quer melhor nada e muito menos, mais. Sua visão de mundo é estranha aos desafios da humanidade, ao contrário do que anuncia, substituindo as dificuldades do afazer real pelo refúgio das utopias passadistas e de bucólicas reconstruções da natureza. As próximas decisões de Eduardo Campos serão sempre difíceis: ou disputa com Aécio Neves a posição de centro-direita, subscrevendo os preconceitos de Marina Silva, ou reduz sua exposição, permitindo que Marina conduza o processo, cuja derrota será inapelavelmente atribuída a ele. Há conservadoras e reacionárias que são exímias jogadoras de pôquer: Marina Silva é uma delas.

graças

Crédito: Batista, no twitter (via Conversa Afiada)

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Alberto Chavs

13/05/2014 - 23h19

isso e do pt vermelho ,, pt nao e mais brasil e sim ratos

Marina, um piolho de c*

13/05/2014 - 08h42

Osmarina blá-blárina é o que se chama apropriadamente de piolho de c*

otavio

13/05/2014 - 04h54

Dilma pode cassar a Globo

Dilma pediu, e depois de muito tempo o ministro das Comunicações mandou para ela, o processo sobre a compra da TV Paulista Canal 5 para criar a Rede Globo de TV ao lado da TV Globo do Rio, durante o período militar. Aí mora o perigo.

Existe um antigo processo que sempre esteve na gaveta de todos os ministros da Comunicação durante inúmeros governos. Nesse processo questiona-se a legalidade da compra da TV Paulista, criada na época por 2 amigos pessoais de Roberto Marinho e que depois revenderam-na à este. As denúncias mostradas no processo vão desde a não existência de documentos legais que demonstrem a compra e venda legítima até a suposta fraude documental na qual aparece número de CPF em tempo que não existia CPF.

Tudo feito nos bastidores do Regime Militar e denunciado em um processo antigo. Quem viu essa documentação garante que se um presidente da República, quem quer que seja, desejar, anula a negociação por ato administrativo. Curioso é Dilma exigir ver o processo apenas agora, depois de tantos anos no poder e nas vésperas de uma eleição na qual ela está se dando conta que suas chances de vitória estão escassas.

A família Marinho está nas mãos de Dilma, legalmente falando. A presidente pode acabar, se desejar, com a maior TV do Brasil e com o poder daquela gente. Tudo vai depender do entendimento que Dilma tiver sobre aquele assunto nos dias atuais.


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