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Diretor de Associação de Engenheiros da Petrobras denuncia política de preços da estatal

A PETROBRÁS NÃO É PADARIA Ricardo Maranhão* Procurando justificar a política de preços para os derivados de petróleo, adotada por sua administração, que implica na paridade com preços internacionais, o atual presidente da PETROBRÁS fez, tempos atrás, comparação esdrúxula do petróleo com o trigo. Deu explicação simplória, reducionista: quando os preços do trigo sobem no […]

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A PETROBRÁS NÃO É PADARIA

Ricardo Maranhão*

Procurando justificar a política de preços para os derivados de petróleo, adotada por sua administração, que implica na paridade com preços internacionais, o atual presidente da PETROBRÁS fez, tempos atrás, comparação esdrúxula do petróleo com o trigo.
Deu explicação simplória, reducionista: quando os preços do trigo sobem no exterior, é necessário reajustar o valor do pão.
A afirmação pode convencer incautos, cidadãos desavisados, consumidores desinformados.

Na realidade esta política de preços, de orientação entreguista, está prejudicando não apenas a REVENDA, constituída por milhares de empresários brasileiros, segmento fundamental de nossa economia, mas, também, milhões de consumidores. A PETROBRÁS e a economia do país, também são sacrificadas.

Os preços elevados desgastam a imagem da PETROBRÁS. A quase totalidade da população não sabe que a Companhia recebe menos de 25% do valor pago pelo consumidor, que inclui mais de 50% de tributos. Ocorrem, em todo o país, justos protestos contra esta política, com bloqueios nas estradas, greves de caminhoneiros, cercos às bases de distribuição da PETOBRÁS.

Aponto alguns aspectos negativos desta política, que somente favorece as grandes distribuidoras privadas, importadores de derivados e fornecedores estrangeiros, notadamente os norte-americanos. Cerca de 82% das importações brasileiras de diesel são provenientes dos Estados Unidos. Por isto o Corpo Técnico da PETROBRÁS classifica esta política como “AMÉRICA FIRST”.

Em 2017 foram nada menos de 127 alterações nos preços nas refinarias, desorganizando o mercado, confundindo revendedores e consumidores. As distribuidoras se aproveitam das freqüentes mudanças de preços para aumentar seus lucros, com prejuízos para a REVENDA.

Esta política, todos sabem, é uma velha aspiração das companhias multinacionais, que desejam globalizar os preços do petróleo, derivados e gás natural, desconsiderando as peculiaridades de cada país;

Será razoável submeter os consumidores e a economia brasileira aos preços internacionais, sabidamente voláteis, sensíveis a fatores múltiplos sobre os quais não temos qualquer controle?

Por que preços internacionais, se não temos salários, renda per capita, IDH nivelados aos dos países ricos?

O que tem o consumidor brasileiro a ver com as tensões no Oriente Médio, os furacões no Caribe e nos USA, as disputas internas na Arábia Saudita, as bravatas e escaramuças do presidente TRUMP com o líder norte coreano? Temos, no Brasil, invernos severos, nevascas, temperaturas de até 50 graus negativos? Devemos punir os consumidores brasileiros pelas elevações de preços decorrentes de crescimentos sazonais da demanda?

O Brasil é um grande produtor de petróleo, a custos inferiores aos vigentes no mercado internacional e pode se aproveitar deste fato, dando competitividade à sua economia, beneficiando os consumidores e remunerando, adequadamente, a PETROBRÁS e demais agentes da cadeia; Preços muito elevados da energia – e o petróleo é a maior fonte de energia primária no Brasil – tiram a competitividade da economia brasileira, já tão sacrificada, por juros extorsivos, pesada carga tributária, graves deficiências de logística dentre outros inconvenientes. Ademais, reduzem a demanda, já impactada negativamente por forte recessão.

Decorrido pouco mais de um ano desta política, insensata e impatriótica, o que vemos é a maciça importação de diesel e gasolina, combinada com o absurdo, ainda maior, de uma ociosidade de mais de 25% no parque de refino nacional; Além disso as exportações de óleo cru dispararam, deixando o país de se beneficiar com o valor agregado proporcionado pelo refino.

No período de janeiro a novembro de 2017, as importações de gasolina e as de diesel explodiram, chegando ao absurdo de mais de 200 milhões de barris, nível jamais alcançado, nem mesmo quando nossa economia apresentava bom desempenho.

Esta brincadeira de mau gosto custou ao país, nos últimos doze meses pelo menos uns US$ 8,00 bilhões em importações.
Sendo o revendedor o último elo de uma cadeia que inclui, também, importadores, refinadores, formuladores, transportadores e distribuidoras, ele é, ainda, acusado de ser o VILÃO desta política, ditada pelos que hoje comandam a PETROBRÁS.

Os dados da ANP mostram que os preços da gasolina aumentaram 9,40% em 2017, quatro vezes mais do que a inflação (2,07% pelo INPC). No GLP, produto de amplo consumo pela população mais pobre, o sacrifício é ainda maior, traduzido em uma majoração superior a 16,30%, já descontada a inflação. A maior majoração dos últimos 15 anos.

É hora de rever esta insensata política, sem prejudicar a PETROBRÁS – e isto é possível – em benefício de nossa economia.

* Ricardo Maranhão, engenheiro é Conselheiro da Associação dos Engenheiros da PETROBRÁS e do Clube de Engenharia.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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enganado

12/02/2018 - 17h18

Pelo visto a ROUBALHEIRA do __thief_stateless_judge__çerjiou murrow__ fez escola no Processo do BANESTADO=envio de 132 BILHÕES de DÓLARES para os USraHell, e este aí vai pelo mesmo caminho. Pior disto tudo vem o __rachuncha__ com a PF_DB / P$$$$DB / FHC / a GANG do çerjiou murrow / çTF / tçE / . . . etc, enfim todos aqueles que o nomearam para ROUBAR na ___petrobraXXX__ . Somos ou não somos um País de DESGRAÇADOS garantidos por um exércitUS APÁTRIDA. BANDO de FDP´s.

Salomão

12/02/2018 - 10h54

ENTREGUISMO, TRAIÇÃO E CORRUPÇÃO E SABE DEUS MAIS LÁ O QUÊ

Shell deita e rola nos eventos de Brasília, depois de lobby denunciado por diário britânico

Um trechinho da matéria:

“Coincidentemente, foi nesse jantar que Cármen Lúcia investiu contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que o STF não reanalisaria a prisão a partir da segunda instância, que o beneficiaria”.

Pautar o assunto em função de um caso específico seria “apequenar o Supremo”, ela disse.

Uma afirmação sinfônica para os ouvidos dos três executivos da Shell, uma vez que Lula, caso eleito em 2018, já se comprometeu a anular a MP 795/2017, conhecida como a MP da Shell, profundamente lesiva ao Brasil. Ela vai beneficiar não só a Shell mas todas as petroleiras estrangeiras”.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/shell-deita-e-rola-nos-eventos-de-brasilia-depois-de-lobby-denunciado-por-diario-britanico.html

Professor Mauro

09/02/2018 - 17h18

Onde anda aquela sinistra coxinha marionete da REDE GLOBO TIME LIFE sra Taís Rocha que aprontou um barraco num posto de gasolina que protestou contra um reajuste de VINTE CENTAVOS na gasolina (passou de R $ 2,20 a R $ 2, 40 essa coxinha imbecil apoiou a quebra quebra dos blackblocks pagos pelo PATO DO SKAF da FIESP na GUERRA DOS VINTENS e NA GREVE DOS CAMINHONEIROS de 2013.
Essa quebradeira foi uma técnica de guerrilha urbana e teve o patrocínio das multinacionais na FIESP e da REDE GLOBO TIME LIFE, FOLHA DE SÃO PAULO, BAND e VEJA todas financiadas pelo capital estrangeiro
CAMINHONEIROS em Junho de 2013. PIR ONDE ANDA ESSA SINISTRA SENHORA LAÍS ROCHA?
SERÁ QUE ESTÁ NA SHELL RECEBENDO O CACHÊ PELO TEATRO GOLPISTA?

claudio da costa oliveira

09/02/2018 - 09h06

Excelente artigo. Muitos agora vão entender que a política de subsidios no governo Dilma, quando o preço do petroleo esteve acima de US$ 100, estava correta. Seria interessante chamar Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg para fazerem seus comentários.

Luiz Carlos P. Oliveira

08/02/2018 - 22h02

Cadê os paneleiros e caminhoneiros? A gasolina e o diesel não eram caros? O mais absurdo é que eles acusavam a Dilma e o PT de quebrarem a Petrobrás porque subsidiavam os preços. Como coxinhas podem ser tão incoerentes? Mas não são eles os “inteligentes” e os de esquerda são mal informados? Essa é a prova cabal de que coxinha não entende de nada, só repetem o que o PIG lhes ordena.

carlos

08/02/2018 - 21h04

O modus operandi do PSDB de governar, primeiro eles através da mídia televisiva, arruinar as nossas empresas , pioneiras e estratégicas, como Petrobrás, vale, que foi entregue pelo vagabundo chamado FHC, e copiado pela rede de partidos que apoiou o meliante, e seus seguidores, o que falta fazerem de mal ao povo brasileiro, se alguém já leu a história dos quatro cavaleiros do apocalipse, sabe o que estou falando.


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