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Fracasso total no protesto do MBL contra Lula – O vazio na praia de Copacabana

Por Bajonas Teixeira,   Nada refletiu melhor a frustração de ontem que as machetes do UOL. O portal da Folha bem que gostaria de ter visto uma multidão gigantesca em Copacabana. Mas não viu. O número de manifestante não chegou sequer a mil. O portal da Folha, numa crise rara de sinceridade, mas mesmo assim […]

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Por Bajonas Teixeira,

 

Nada refletiu melhor a frustração de ontem que as machetes do UOL. O portal da Folha bem que gostaria de ter visto uma multidão gigantesca em Copacabana. Mas não viu. O número de manifestante não chegou sequer a mil. O portal da Folha, numa crise rara de sinceridade, mas mesmo assim tentando enganar o leitor incauto, com fonte minúscula e em tom grave, cravou uma sub-manchete: “Protesto reúne centenas em Copacabana”. Ora, ora, por favor. O que significa reunir centenas em Copacabana? É a mesmíssima coisa que não aparecer ninguém. É o mesmo que nada.

 

Para servir de termo de comparação, o réveillon 2018 reuniu 2 milhões e 400 mil pessoas em Copacabana.

 

Não foi, portanto, por falta de espaço que o MBL não se conseguiu levar nem mil manifestantes contra Lula. Claro que é difícil entender o que lá se passou. Habituados que estamos a crer na realidade do que diz a mídia em primeiro plano, sem olhar as linhas editadas em fonte minúscula,  sentimos dificuldade em admitir esse fracasso  quando O Globo, o G1, a Folha e o próprio UOL, em grandes machetes, cantaram vitória. Mesmo que mentindo desavergonhadamente. Mas não se pode esconder o óbvio. O que ocorreu foi um enorme fracasso. Confiram a imagem do portal UOL:

 

É interessante observar a incrível contradição entre as duas manchetes, a grande e a pequena. Na grande o triunfo parece completo:  PROTESTOS EM SÃO PAULO E RIO POR PRISÃO DE LULA TOMAM AS RUAS. Na pequena, colocada à sombra da maior, a constatação é a do fracasso absoluto: “Protesto reúne centenas em Copacabana”.

 

Mas o que significa então que, para pressionar o STF pela prisão de Lula, tenha comparecido em Copacabana apenas meia dúzia de gatos pingados, isto é, só algumas centenas de manifestantes? É um recado do Brasil ao STF.  Nada mais nada menos que uma demonstração de indiferença, possivelmente também de repúdio, ao protesto dos ditos “movimentos” (MBL, Vem Pra Rua e Nas ruas) pela prisão de Lula. A classe média não se deixou mobilizar, leia-se, manipular, mais uma vez contra a democracia. Essa classe infeliz, ludibriada e enganada pelo golpe que promoveu – com o impeachment e o governo Temer -, anda muito deprimida.

 

O que se deu no Rio é o que ocorreu no Brasil inteiro, apenas com pequenas variações dependendo do grau de idiotização maior ou menor das classes médias pelos estados.

 

Houve um fracasso total, monumental, e, como a ocasião é história, uma fracasso histórico na tentativa de mobilização. Todo mundo sabe que qualquer churrasquinho de gato, futebol de areia ou futevôlei em Copacabana junta facilmente uma multidão transeuntes curiosos. O difícil é não aparecer ninguém. Essa é a prova de que os ministros que votarem por Lula hoje estarão votando em nome da maioria dos brasileiros e, portanto, da democracia. Votando inclusive em nome da classe média que apoiou o golpe e foi enganada por Temer. E por isso não saiu às ruas. E não saiu porque não se sente segura em dar seu apoio aberto à prisão de Lula em segunda instância.

 

Em tempo: Para assustar com um climazinho de terror, o UOL ontem passou o dia inteiro com generais na capa. Primeiro, pela manhã, foi um general da reserva, Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, que teria dito que se Lula for eleito “a alternativa será uma intervenção militar”. Mais tarde, chegou a vez do comandante do exército, caracterizado com fardão, para novamente trazer uma salutar dose de susto. Aliás, coisa curiosa e difícil de ver, o general Villas Bôas continua hoje, agora pela manhã, ocupando terreno militar na home do UOL. Ali pelo menos, a intervenção militar já começou.

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Comentários

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Julio Cezar Menta

06/04/2018 - 16h06

Não é novidade que neste ano, os mesmos personagens de 1964, forças armadas, mídia hegemônica, empresários canalhas, manifestoches, entre outros, são manipulados de forma vergonhosa pelo Departamento de Estado norte-americano. Mas o que é estarrecedor é o papel destes “milicos”, sendo pago pelo povo brasileiro continuam fazendo o serviço sujo para os EUA. Portanto não há novidades no cenário, parabéns pelo papel de vassalos dos EUA. Espero que estes militares continuem a pregar o patriotismo de “cueca”!.

Marys

04/04/2018 - 21h38

O julgamento deste HC não é partida de futebol nem capítulo de fim de novela. É nossa soberania caminhando para o patíbulo onde será enforcada e esquartejada, para ser, obviamente, distribuída pelos seus carrascos aos gringos e ladrões cotumazes dos direitos do povo brasileiro.
Mais um cavalo de pau na Constituição.
E viva o Brazil!

Marys

04/04/2018 - 21h24

Tudo pronto e preparado, com a interferência da espionagem norte americana e de juízes e procuradores brasileiros treinados por ela, para roubar nossas riquezas, destruindo o Partido dos Trabalhadores e prendendo Lula, simbolo maior da recente e histórica resistência política popular brasileira.

Geraldo Almeida

04/04/2018 - 13h40

Fui a passeata e não vi tal fracasso, mesmo com a chuva. FRACASSO tem sido as manifestações em favor do MOLUSCO FDP. Boa tarde.

evlaldo ciríaco

04/04/2018 - 13h26

muito provavelmente ele não fala dos crimes impunes nascidos em 64 e cometidos por eles, será quantos eles não os tens na consciência?

NeoTupi

04/04/2018 - 12h13

Do Jornal O dia: banqueiro ex-Itau do Partido Novo foi novo

Manifestantes se reuniram na orla de Copacabana, na noite desta terça-feira, para protestar contra a possibilidade do habeas corpus preventivo solicitado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(…)
O partido Novo convocou seus filiados para participarem dos atos desta terça-feira. O presidenciável da sigla, João Amoedo, está na manifestação no Rio. Os atores Victor Fasano, Luana Piovani e Carlos Veneza também participam do ato em Copacabana, organizado pelo movimento Vem Pra Rua. “Estamos fazendo o nosso papel de pressionar o Supremo”, afirmou uma das organizadoras do evento, Adriana Baltazar, na Avenida Atlântica.

Gustavo Horta

04/04/2018 - 10h55

ABRIL, ABRIRAM, ESTÃO ABRINDO.
> https://gustavohorta.wordpress.com/2018/04/04/abril-abriram-estao-abrindo/

ABRIL, ABRIRAM, ESTÃO ABRINDO.

ABRIRAM A CAIXA DE PANDORA…
ABRIRAM AS PORTAS DO INFERNO…
ABRIRAM AS CORTINAS DO CONFESSIONÁRIO…

Luiz Carlos P. Oliveira

04/04/2018 - 09h50

Será que o STF e o general Vilas Boas vão atender esse “clamor do povo” formado por CENTENAS de pessoas? 1000 pessoas correspondem a 0,00048% da população brasileira. É essa a vontade da maioria?

Luiz Carlos P. Oliveira

04/04/2018 - 09h43

A explicação é simples: os que comiam coxinhas, por serem de classe média, hoje não estão comendo nem mortadela. Suas micro e pequenas empresas foram à bancarrota. É o preço por terem tirado os “comunistas” do poder. O pobre? Bem, para este o que ele ganha ainda dá para comer mortadela. Já dizia a “anta”: não ficará pedra sobre pedra”. E não é que a “anta” tinha razão?

    Gustave Lejeune

    04/04/2018 - 14h24

    Analise perfeita, faltou acrescentar que os coxinhas mesmo passando fome ainda tem forças para ir as ruas protestar, mesmo que em número ínfimo e sem o pato da Fiesp, pois o dono dele a esta altura deve estar em fila de restaurante popolar.

Adnardo

04/04/2018 - 09h32

Realmente um ótimo artigo Bajonas. Parabéns. Acho que estamos ficando muito bundões e com medo até das sombras. A blogosfera mostrou fraqueza e comprou o peixe de “manifestações vitoriosas” vendido pelo UOL e o Globo. No DCM preferiram ignorar sem encontrar caminho para questionar a versão da grande mídia. A mesma desolação passiva e sem poder de reação eu vi no GGN e em outros sites de esquerda. Seu artigo aponta o óbvio que o medo não deixou a esquerda ver, e aí eu me incluo também. Muito bom.

Fiúza

04/04/2018 - 09h29

NOTA DO PT: Rede Globo incita golpe militar

É escandalosa a pressão da Rede Globo para que o Supremo Tribunal Federal negue ao ex-presidente Lula o direito constitucional de se defender em liberdade da condenação ilegal e injusta, sem crime nem provas, imposta por Sérgio Moro e agravada em decisão previamente combinada da 8a. Turma do TRF-4.

Chegaram ontem (3/4) ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando uma declaração do comandante do Exército, general Villas Boas, ao julgamento marcado para hoje do habeas corpus em defesa de Lula no STF.

Não é natural da democracia que chefes militares se pronunciem sobre questões políticas ou jurídicas, como vem ocorrendo nos últimos dias. Mais estranho ainda é que uma manifestação do comandante do Exército, general Villa Boas, em rede social, seja divulgada e manipulada no decorrer de uma edição do Jornal Nacional especialmente dedicada (23 minutos) a pressionar os ministros do STF.

Nos governos do PT, prestigiamos as Forças Armadas como nenhum outro desde a redemocratização do País. Em nossos governos, não faltou fardamento nem rancho para os recrutas. Investimos na defesa das fronteiras terrestres, das águas territoriais e do espaço aéreo, devolvendo a dignidade aos militares.

E assim como defendeu o general Villas Boas nas redes sociais, nós do PT sempre combatemos a impunidade e respeitamos a Constituição, inclusive no que tange ao papel das Forças Armadas definido na Constituição democrática de 1988.

A defesa da Constituição implica em reconhecer a presunção da inocência, conforme definida no parágrafo 57 do artigo 5o. É o que esperamos que seja ratificado hoje pelo plenário do STF.

A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de João Goulart. E o faz agora para pressionar o Supremo. A Globo tem sido historicamente um veneno à democracia.

Colunistas amestrados da imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula. São as vozes do fascismo e da intolerância.

A saída para a crise política, econômica e social está na realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos autoritários a Lula. E no respeito ao pacto político consagrado na Constituição de 1988. É este pacto, democrático, que o STF tem o dever de proteger.

Senadora Gleisi Hoffmann
Presidenta do Partido dos Trabalhadores

Senador Lindbergh Farias
Líder do PT no Senado Federal

Deputado Paulo Pimenta
Líder do PT na Câmara dos Deputados

    Adalberto

    04/04/2018 - 12h48

    Parabéns pela precisão na identificação do inimigo. O inimigo dele ser destruido em 2019 ou este pais terá sempre um escorpião em suas costas pronto para pica-lo.

Célia Stein S.

04/04/2018 - 09h15

Olha, eu tinha entendido diferente. Acho que todos nós, com a angústia desse dia que vem sendo esperado já lá desde 2016, vimos os fantasmas verdes e amarelos lotando as ruas. Mas claro, enxergamos pelas lentes “neutras” da Globo e nos deixamos enganar mais uma vez. Ótimo artigo Bajonas! Obrigado!


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