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Acrísio Sena: A defesa da democracia nas ruas!

Por Acrísio Sena Virou rotina o presidente Bolsonaro afrontar as instituições, a Constituição de 1988 e, especialmente, o processo eleitoral. O momento mais crítico dessa crise ocorreu, recentemente, quando, de forma inédita na história do país, o Chefe de Estado se reuniu com embaixadores para tentar descredenciar o sistema eleitoral e os ministros do STF. […]

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Imagem: Pam Santos

Por Acrísio Sena

Virou rotina o presidente Bolsonaro afrontar as instituições, a Constituição de 1988 e, especialmente, o processo eleitoral. O momento mais crítico dessa crise ocorreu, recentemente, quando, de forma inédita na história do país, o Chefe de Estado se reuniu com embaixadores para tentar descredenciar o sistema eleitoral e os ministros do STF.

O sinal de alerta foi emitido em todo mundo. Os Estados Unidos e os países da America Latina se apressaram em condenar as movimentações golpistas do presidente. A reação brasileira também chegou e mobilizou diversos grupos da opinião pública: associações de classe, imprensa, universidades, artistas, sindicatos, empresários e os movimentos sociais. O manifesto pela democracia, organizado pela USP, ultrapassou as 180 mil assinaturas, mostrando que tem apoio da ampla maioria dos brasileiros.

Não há qualquer dúvida sobre as pretensões golpistas de Bolsonaro. As pesquisas de intenção de voto, que apontam um cenário de vitória para Lula, atormentam ainda mais os bolsonaristas. Contudo, as reações aos atos violentos do presidente devem ir além da organização de manifestos ou às ações meramente institucional.

Precisamos de uma verdadeira manifestação popular. Devemos ocupar as ruas, expressar nossa vocação democrática e voltar a incorporar o verde e amarelo nas manifestações – símbolos sagrados da nacionalidade – cooptados pela extrema-direita. É urgente construirmos uma grande corrente nacional, como aconteceu com a luta pelas Diretas Já! Só a mobilização ativa e vigilante do povo pode frear essa escalada autoritária!

Acrísio Sena é historiador e deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores no Ceará

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EdsonLuíz.

29/07/2022 - 12h29

O PT DEFENDENDO DEMOCRACIA?
O PT não tem compromisso nenhum com democracia; PT defender democracia é uma imensa impostura. Em sinônimo mais direto: PT defender democracia é muita enganação! O bolsonarismo também não tem nada de democrático!

jair bolsonaro tem falado em democracia, tem falado que ele também é democrata. Nós todos sabemos que jair bolsonaro, como o PT, não tem nenhum compromisso com democracia!

Os dois populismos, o lulismo e o bolsonarismo, são cpntinuação dos movimentos autoritários que participavam na década de 50 e início de 60 de uma corrida política para saber quem daria um golpe e imporia, por meio de uma ditadura, seu delírio “filosófico” ao Brasil. Em 1964 venceu o movimento autoritário de que bolsonaro é continuador. Nós amargamos mais de 20 anos de ditadura, mas conseguimos retomar a construção de nossa democracia.

Os dois movimentos, na sua apresentação de esquerda que resultou no lulismo e na sua apresentação de direita que resultou no bolsonarismo, eram internacionalistas, como sempre são, e no Brasil os que se dizem de direita, ultra-direita de fato, constituíam o Integralismo e os que se diziam de esquerda, ultra-esquerda, de fato, estavam integrados ao movimento comunista. O lulismo e o bolsonarismo são continuações daqueles tempos sombrios.

Há uma diferença entre essas duas vertentes autoritárias, a vertente de ultra-direita e a vertente de ultra-esquerda, em suas apresentações atuais, aplicadas as duas como um grande grau de disfarce político, se dizendo os dois movimentos defensores de democracia, quando nenhum dos dois têm nenhum compromisso com a democracia. Mas há, sim, uma diferença de empatia, ao menos na intenção, entre elas.Também há muito desvirtuamento de ideias, estando eles deixando crescentemente seu conteúdo ideológico e assumindo uma forma cada vez mais populista, baseada em personalismo, culto e mitificação de lídetes e, na prática, constituindo grupos ou atores solitários voltados para a realização de interesses materiais e de poder pessoal ou do grupo. Entre seus apoiadores a maioria está doutrinada e por isso fica cega ao mal que os dois polos representam. E essa dinâmica é um fenômeno que esses polos estão conseguindo reproduzir em todo o mundo, na Rússia, nos Estados unidos, na Hungria, na Itália, etc.

O bolsonarismo e o petismo são apenas isso, mas há diferenças de orientação filosóficas nas suas origens.

A inspiração ideológica original do bolsonarismo – e de todo movimento fundamentalista de direita – foi o Positivismo e as ideias hierarquizantes e autoritárias de August Comte; já a inspiração ideológica original do lulismo – e, após Marx, de todo fundamentalismo de esquerda – foi o marxismo e as ideias de Karl Marx no sentido de conquista de autonomia pelo ser humano e, a partir disso, maior realização da sua humanidade. Vemos com isso que, na origem, as motivações do lulismo são muito melhores que as motivações do bolsonarismo. Mas ñào se enganem, os dois são autoritários e não têm compromisso com democracia!

Esqueçamos essas matrizes de ideias, o positivismo e o marxismo como inspiração para a continuação desses movimentos atuais, o lulismo e o bolsonarismo. Eles não guardaram nada do que essas matrizes de ideias podem ter de bom e, quando algum de seus adeptos está bem-intencionado, sua participação nesses movimentos é mais por terapia política, de se sentir fazendo um bem à comunidade e, principalmente, a sensação de pertencimento que o grupo lhe dá e que é uma sensação que ele não encontra em uma sociedade muito individualizada e pouco empática. Mas a possibilidade de engano é imensa: na busca por empatia e pertencimento a um grupo culturalmente “superior”, um bolsonarista cai em um antro controlado por alguém negacionista da ciência e nada empático, como são jair bolsonaro e seus ideólogos; na busca por pertencimento a um grupo “transformador” e por empatia, um petista cai em um antro controlado por Lula e seus ideólogos na sua sanha pelo poder, em parte para se corromper, inclusive, como sabemos.

Na inspiração de origem desses dois grupos autoritários, o positivismo de August Conte no caso bolsonarista e o marxismo de Karl Marx no caso lulista, há uma diferença ideológica bem marcada e que poderia contar a favor dos lulistas, que é a incorporação de aspectos saudáveis do humanismo filosófico (que também pode incorporar aspectos não tão saudáveis), mas os movimentos de inspiração marxistas se perderam no caminho e suas ideias não acompanharam os desenvolvimentos materiais e as transformações que as relações sociais sofreram e continuam experimentando (a carga de trabalho era de 16, de 18 horas no tempo em que Marx existia, hoje a carga horária de trabalho é, muitas vezes, menos que a metade do que já foi; o trabalho era feito essencialmente pelo uso da força (daí a terminologia marxista Força de Trabalho), hoje, o trabalho é crescentemente realizado por máquinas e inteligência artificial; a expectativa de vida era de alguns poucos anos e a de sobrevida era mínima, hoje, em países capitalistas avançados, a expectativa de vida passa dos oitenta anos e a de sobrevida vai se aproximando dos cem anos.

Os dois movimentos fundamentalistas, por maior qualidade humana que o marxismo tenha em relação ao positivismo, são formulações idealizadas, artificiais, e não são aplicáveis à sociedade humana. O mundo jamais vai assumir a Forma Social idealizada por August Comte e seu positivismo, por ser uma Forma Social formulada solitariamente, e não considerar a natureza da nossa espécie; o mundo também jamais vai assumir a Forma Social idealizada por Karl Marx, pelo mesmo motivo de ser idealizada e não incorporar a nossa natureza.

E, de mais a mais, toda Forma Social aplicável é uma construção empírica que se constitui a partir da experiência humana direta e por isso não pode ser artificialmente formulada. É por isso que toda Forma Social é histórica, no sentido filosófico, por só poder ser produto da existência humana no correr da história, não pode ser imposta. O positivista e, principalmente, o marxista, são dois grandes equivocados… quando não são, na atualidade, uma farsa.

Nas suas apresentações atuais, sob a forma do populismo petista e do populismo bolsonarista, esses dois movimentos são apenas farsa, mas por isso mesmo são tanto mais perigosos para a democracia, por eles nunca terem abdicado da defesa do autoritarismo tanto aqui no Brasil como em outros países.

O bolsonarismo não tem NENHUM compromisso com democracia!

O lulismo não tem NENHUM compromisso com democracia!

Os movimentos de assinatura de manifestos por democracia que estamos acompanhando são iniciativas necessárias de defesa dos valores democráticos e de suas essencialidades. Assine os manifestos! Mas assine sabendo que os manifestos são iniciativas da sociedade democrática. Grupos e forças políticas tentam se apropriar das iniciativas democráticas como se fossem deles, quando eles não têm NENHUM compromisso com democracia e quando declaram ter, como o lulismo e o bolsonarismo, são declarações falsas.

Os Manifestos por Democracia não são por Lula e não são por bolsonaro. Os manifestos sào POR DEMOCRACIA! Não deixe o lulismo e o bolsonarismo se apropriarem dos manifestos!

Edson Luiz Pianca.
edsonmaverick@yahoo.com.br

Valeriana

29/07/2022 - 10h11

…o verde/amarelo està com as elites agora, virou tapete para limpar os sapatos de cantores milionarios de esquerda com nojinho do Brasil.

Kleiton

29/07/2022 - 08h26

O sistema eleitoral Brasileiro é ridículo, assim como o nível dos ministros do STF.

A promiscuidade entre a política, o STF e agora o TSE é vergonhosa e não tem nada a ver com a democracia.

Não há corte constitucional de pais minimamente sério nenhum que faça as porcarias que o STF faz, que interfere em outros poderes, descondena criminais para que façam oposição ao atual governo, ecc…

Usar da narrativa que a democracia esteja em risco para se autoproclamar como detentores da mesma é autoritarismo puro, ninguém é dono de nada.


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