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A reforma ministerial prevista para 2024

Em 2023, o presidente estabeleceu um novo ministério e realizou ajustes específicos em alguns outros. De acordo com o Metrópoles, estão planejadas alterações mais significativas para o próximo ano. No primeiro ano de sua gestão, o presidente Lula realizou alterações pontuais em seu gabinete, mas agora planeja uma reforma ministerial mais extensa para o início […]

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em 2023, o presidente estabeleceu um novo ministério e realizou ajustes específicos em alguns outros. De acordo com o Metrópoles, estão planejadas alterações mais significativas para o próximo ano.

No primeiro ano de sua gestão, o presidente Lula realizou alterações pontuais em seu gabinete, mas agora planeja uma reforma ministerial mais extensa para o início de 2024. Essa mudança coincide com as eleições municipais, o que pode levar a uma reorganização mais ampla devido às dinâmicas políticas. Lula já havia indicado que avaliaria o desempenho de seus ministros após o primeiro ano, com a intenção de fazer as alterações que considerasse necessárias.

Em uma reunião recente, ele convocou seus 38 ministros para discutir os resultados de 2023 e os planos para 2024.

Durante os primeiros seis meses, Lula fez apenas uma troca ministerial, substituindo o chefe do Gabinete de Segurança Institucional em maio, uma mudança que pegou alguns aliados de surpresa pela sua rapidez. Uma segunda alteração ocorreu em julho no Ministério do Turismo para fortalecer o apoio político, seguida por outras substituições em setembro.

Como será a dinâmica

Na próxima etapa de seu governo, o presidente enfrentará a tarefa de reestruturar o Ministério da Justiça, devido à nomeação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal, que se efetiva a partir de fevereiro. Além de precisar nomear um substituto para Dino, o presidente também considera dividir o ministério em dois, separando as áreas de Justiça e Segurança Pública.

O ministro da Defesa, José Múcio. Foto: Agência Brasil

Outra mudança prevista é no Ministério da Defesa, com a provável saída do ministro José Múcio, que, apesar de já ter expressado seu desejo de deixar o cargo, permanece a pedido de Lula, que enfrenta desafios para encontrar um sucessor adequado. De acordo com informações, Múcio deve continuar no cargo até pelo menos 8 de janeiro de 2024, mas não planeja estender muito mais sua permanência. Ele acredita que, após quase um ano dos eventos conturbados, a relação entre Lula e as forças militares tenha se estabilizado.

Ministros na corda bamba

Além das mudanças já previstas, outros ministros podem estar em situação instável na equipe do presidente. Luciana Santos, à frente do Ministério da Ciência e Tecnologia, é um exemplo. Seu cargo é questionado devido ao peso político relativamente menor do PCdoB no Congresso Nacional. Há sugestões de que sua vaga seja oferecida a um partido com maior representatividade legislativa. Luciana também pode deixar o governo para concorrer à prefeitura de Olinda, em Pernambuco, semelhante a Márcio Macedo, que pode disputar o governo de Sergipe.

Além disso, as ações dos ministros Alexandre Padilha e Rui Costa têm enfrentado críticas internas pelas estratégias de articulação com o Congresso e outras pastas.

A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos. Foto: Agência Brasil

No primeiro ano de governo, a administração lutou para formar uma base sólida na Câmara dos Deputados, mas encontrou dificuldades significativas, enfrentando reveses como a derrubada de vetos presidenciais em legislações vistas como vitais.

No entanto, há ministros que, apesar das possíveis alterações, parecem ter posições seguras devido à confiança do presidente Lula. Entre eles estão Fernando Haddad na Fazenda, Nísia Trindade na Saúde e Camilo Santana na Educação, todos considerados pilares importantes do governo.

A nova configuração da Esplanada

Desde sua posse até dezembro, o governo Lula 3 testemunhou a formação de uma nova pasta, o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, especificamente para acomodar Márcio França do PSB, elevando o total de ministérios para 38. A criação deste ministério serviu como um tipo de compensação para França após o Ministério de Portos e Aeroportos ser concedido ao partido Republicanos e especificamente a Silvio Costa Filho, do Pernambuco.

França, ex-governador de São Paulo e potencial candidato a futuras eleições, tinha influência significativa sobre o Porto de Santos, um ponto crucial em seu apoio político. Contudo, as necessidades de coalizão do governo Lula obrigaram a entrega dessa pasta estratégica ao bloco do Centrão. No entanto, Lula não deixou França sem apoio, especialmente considerando o sacrifício político do PSB em 2022, quando o partido desistiu de concorrer à Prefeitura de São Paulo em favor de Fernando Haddad. França, por sua vez, concorreu ao Senado, mas foi derrotado.

Além disso, houve mudanças no Ministério do Esporte, com Ana Moser deixando o cargo para a entrada do deputado André Fufuca do PP-MA.

As pressões

A primeira-dama, Janja Silva. Foto: Agência Brasil

Durante seu mandato, Lula realizou quatro substituições ministeriais, resultando na saída de duas mulheres de posições de destaque. Essa ação gerou críticas de eleitores e da militância do PT, principalmente porque Lula havia iniciado seu terceiro mandato com um número recorde de 11 mulheres em ministérios, superando o recorde anterior de 10 ministras durante o governo de Dilma Rousseff. Agora, o número de mulheres em seu gabinete reduziu para nove em um total de 38 posições.

Essa diminuição tem causado pressão sobre o presidente, não apenas do público e da primeira-dama Janja, mas também de outros grupos como o movimento negro, que busca maior representatividade e teme perder o espaço já conquistado. Enquanto enfrenta essas críticas, Lula também precisa manter um equilíbrio delicado para satisfazer as demandas do Centrão, que continua a pedir por mais posições influentes e recursos significativos.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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