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Wanderley e a crítica ao marketismo vulgar (e fracassado) do governo

  A entrevista do professor Wanderley para o Valor está, como sempre, instigante. E talvez ainda mais do que padrão de suas entrevistas em vista do forte tensionamento político vivido hoje no país. Como se trata de uma entrevista longa, acho melhor eu não acrescentar muitos comentários agora, para o post não ficar inviavelmente extenso. […]

24 comentários
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A entrevista do professor Wanderley para o Valor está, como sempre, instigante. E talvez ainda mais do que padrão de suas entrevistas em vista do forte tensionamento político vivido hoje no país.

Como se trata de uma entrevista longa, acho melhor eu não acrescentar muitos comentários agora, para o post não ficar inviavelmente extenso.

Peço aos leitores que dêem sua opinião na caixa de comentários, discordando, concordando ou complementando a opinião do professor, que é um grande teórico e um grande apaixonado pela democracia e, portanto, sabe que o valor de uma análise e de uma opinião reside em sua capacidade de produzir um debate inteligente e produtivo.

Aliás mantenho a minha convicção de que, tanto para o governo quanto para a sociedade, a única saída confiável da crise política é aquela fundamentada num amplo debate, em que os choques de opiniões contrárias sejam mediados pelo bom senso, que é a virtude democrática por excelência.

Destaco um trecho da entrevista que traz uma opinião que partilho com entusiasmo e alguma tristeza. Ao falar sobre marketing político, Wanderley diz:

“Esses marqueteiros não sabem nada. É um absurdo que tenham assento no conselho político da Presidência. João Santana fez uma campanha cara e ruim que quase derrotou Dilma. Coisa de mau gosto, mórbida, com aquelas pessoas no caminhão se vendo no passado. Dilma ganhou por uma diferença muito pequena em grande parte por causa da militância que foi às ruas nos últimos dias assustada com a chance de derrota.”

Pena que a resposta de Wanderley tenha sido curta, porque este é um tema que merece ser mais desenvolvido. O marketing político do governo, de fato, é um desastre, e também por outras razões que aquelas apontadas por Wanderley.

Por exemplo, ele não é construído politicamente, de maneira orgânica e democrática, de baixo para cima. Não existe acúmulo de capital político. Concentra-se todo o esforço nas poucas semanas do processo eleitoral, disso resultando essa gangorra louca de popularidade que caracteriza o governo Dilma, passando de picos olímpicos de aprovação para baixas históricas.

Entretanto, o mais grave, a meu ver, é que a visão marketista de João Santana implicou num desprezo soberano pela alta política, em seu sentido mais amplo. O governo desprezou as movimentações políticas, por exemplo, que lhe deram vitória no segundo turno, quando o tempo de TV e o marketing de Santana já não tinham efeito nenhum. Isso foi estupidez, porque deixou o governo sem base, sem força, pairando instavelmente num espaço vazio, como se, efetivamente, nunca houvesse ganho as eleições.

Os textos da presidenta foram escritos com frieza técnica, sem a poesia necessária e fundamental para galvanizar o apoio popular que todo governo, repito, todo governo, precisa para dialogar com o congresso, com o judiciário e com a mídia.

Se era necessário fazer ajuste fiscal, e quase todo governo, em seu primeiro ano, precisa realizar algum tipo de ajuste, este precisaria vir acompanhado de um grande conjunto de iniciativas políticas que mobilizassem os setores que lutaram pela vitória do governo. Com inteligência e bom senso, seria possível encontrar iniciativas que implicassem inclusive em economia para o Estado e aumento de receitas, contribuindo para as contas públicas.

Isso não foi feito. A política foi desprezada, em nome de um marketismo vulgar e covarde, submisso à lógica de uma mídia que não tem mais prestígio a não ser junto aos setores mais autoritários e mais reacionários do Estado e da sociedade.

De qualquer forma, uma coisa boa, ao menos, podemos extrair do momento: esse marketismo vulgar de João Santana revelou-se um fiasco, um fracasso completo, provando uma coisa sobre a qual falávamos há muito tempo. Pode ter funcionado em algum momento do passado, ou em algum momento das eleições, mas não tem consistência, não fornece ao governo o capital político do qual ele precisa desesperadamente.

Esse capital, o governo terá de procurar na política e na democracia, ou seja, nas forças sociais dispostas a ajudar o governo a tirar o país do marasmo econômico. O governo terá de se livrar de sua arrogância napoleônica e buscar na intelectualidade, nos estudantes, nos sindicatos, nas redes sociais, nos meios de comunicação alternativos, na base popular, enfim, que elegeu Dilma, as forças necessárias para se reeguer. Esses setores possuem muito mais bom senso do que pensam os marketeiros, do alto de sua arrogância. Esses setores entendem a necessidade de recuos estratégicos, desde que sejam consultados e participem da tomada de decisões.

A esquerda jamais recuperará a sua “capacidade de liderar” se não souber reestabelecer essa conexão política entre o poder público e a mobilização popular.

Aliás, vale lembrar que a covardia e apatia política do governo afeta não apenas a relação com a sociedade, mas também a relação com o próprio parlamento, encarecendo o apoio de deputados e senadores a um executivo cuja aprovação se esboroa rapidamente. Isso foi admitido pelo próprio Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, em entrevista dada ao Globo neste final de semana:

Globo: O senhor diria que o governo está hoje em colapso político e gerencial? [perguntinha golpista até a raíz do cabelo, mas tudo bem].
Cunha: Não diria que ele está em colapso gerencial. Eu diria que ele está em inércia de comunicação Ele pode até estar gerenciando, mas não comunica o que está fazendo. Eu acho que o governo passa a sensação de estar parado.

Vamos à entrevista:

A esquerda tem criticado o caráter elitista das manifestações. Esta crítica não ignora a capacidade de a classe média que sai às ruas galvanizar uma insatisfação que a extrapola?
Wanderley Guilherme dos Santos: As manifestações do dia 15 são resultado de circunstâncias contemporâneas e desaguadoro de alguns condicionantes que vêm se acumulando. Divirjo profundamente da opinião majoritária da esquerda. Está equivocada no diagnóstico, na interpretação do passado recente e nas suas propostas de curto prazo. A começar pelo fato anedótico de reclamar da direita por estar ela se comportando como direita sem procurar entender o que aconteceu no passado recente que levou a direita a ser capaz de uma mobilização como em décadas não havia. Supondo que essas manifestações tenham sido apenas de direita – e não o foram – o que me importa é que a direita está liderando o centro. Esse é o fenômeno importante.

Isso não acontece desde quando?
Wanderley Guilherme: Com sucesso, isso não acontece desde 1964. Depois da ditadura a direita ficou isolada do centro e, por isso, não conseguia colocar ninguém na rua. O movimento ‘Cansei’, por exemplo, foi patético. Agora não. É preciso reconhecer que as convocatórias da direita têm tido muito mais sucesso do que as da esquerda.

Por que a esquerda perdeu essa capacidade mobilizar?
Wanderley Guillherme: A partir da eleição de Lula a esquerda vem cometendo dois sérios erros, de diagnóstico e perspectiva. Um deles foi a bandeira da reforma política, o outro é a visão sobre o PMDB. Assim que foi aprovada a Constituição de 1988, os conservadores começaram a combatê-la. Por acidente de percurso, vários pontos supunham que o resultado da Constituição seria o parlamentarismo e o voto distrital. Esta foi bandeira dos conservadores na constituinte. Por trás do trabalho de desmoralização visando a revisão de 1993, havia não apenas a concepção de regresso dos conservadores, como também a manifestação do preconceito contra a política e a má qualidade da representação. Veio daí o discurso da reforma como se os códigos eleitorais filtrassem caráter. Esse sentimento antipolítico que desde sempre é da classe média conservadora foi absorvido pelo PT no seu nascedouro. O PT nasce com uma visão muito antipolítica, contra as instituições representativas.

E no que a adesão do PT à bandeira da reforma política levou esse povo todo para a rua?
Wanderley Guilherme: Essa concepção de que há alguma coisa errada na política que tem que ser resolvida por uma reforma foi alardeada pelo PT sobretudo depois da ação penal 470. Como escapismo. Incorreu no erro ao cubo de defender uma assembleia constituinte exclusiva. De onde é que eles imaginam que viriam os eleitores e os candidatos dessa constituinte? Vão buscar eleitores na Suécia e constituintes na Islândia? Essa bandeira acabou entrando na cultura política do país. De tal modo que tanto nas passeatas do dia 13 quanto naquelas do dia 15 todos se diziam favoráveis a uma reforma política sem fazer ideia do que significa isso. Isso intoxicou a opinião do público educado com a ideia falaciosa e ilusionista de que os problemas existentes no país são consequência automática das instituições políticas. Isso é falso e fraudulento. Leva as pessoas a não terem mais respeito nem se sentirem mais responsáveis pelas estruturas existentes.

O PT foi engolido pelo seu próprio discurso de reforma das instituições?
Wanderley Guilherme:Sim, foi engolido pelo discurso conservador, dada sua origem comprometida com a ideologia da classe média ascendente. Não quero ser reducionista, mas o fato de ter surgido dentro de uma ditadura, quando a política era um mal, contribuiu para o PT ter uma concepção absolutamente virgem, angelical e juvenil de quem nunca fez política na vida.

É nesse sentido que o PT e o PSDB viraram as duas metades de uma mesma laranja?
Wanderley Guilherme: Talvez. para o PSDB, como para a UDN, a política é um mal, você faz porque não tem outro jeito. O que não quer dizer que as lideranças sejam autoritárias, mas a base de sustentação eleitoral do conservadorismo topa o autoritarismo numa boa. Pode enjoar, sobretudo se sofrer, mas topa. Isto contribuiu para um ruptura de crença e de respeitabilidade entre a opinião pública de todos os matizes e as instituições. O PT colaborou para isso insistentemente para isso durante a campanha e agora. Chegamos ao ponto em que, depois de todo esse desgaste, o poder causal das instituições está erodindo. O grau de indeterminação está muito elevado. Não se sabe mais se as instituições vão produzir o que se espera delas.

E o sr. acredita que foi a expectativa gerada em torno da reforma política que gerou isso?
Wanderley Guilherme: São expectativas que fazem com que qualquer coisa que aconteça seja insuficiente. Não se sabe como o Congresso vai se comportar daqui para frente. O poder causal da medida provisória, por exemplo, não está funcionando. Não acredito que quem organiza essa esterilização do Executivo a partir do Legislativo tem condições de fazer com que a instituição funcione com poder causal.

Mas no Judiciário esse poder causal não está funcionando?
Wanderley Guilherme: No Judiciário também não se sabe muito bem o que vai acontecer daqui para frente. Não dá para julgar o comportamento que os ministros terão a partir de como se comportaram no passado. Eles mudam de opinião. As instituições são preditivas. Mas nem isso está acontecendo.

Por que todos os partidos aderem de maneira tão inequívoca ao discurso da reforma política?
Wanderley Guilherme: Por que assim eles se safam. Podem dizer ‘o problema não sou eu é a legislação eleitoral’. É um discurso ótimo para a elite política. É inominável do ponto de vista do amadurecimento político de um povo quando uma liderança promove esse tipo de propaganda sistemática. Eles, no fundo, sabem que não é isso. Não é por causa do sistema eleitoral que os deputados do PT até agora indiciados receberam propina por conta da atitude benevolente das empreiteiras que os queriam premiar com facilidades para a campanha eleitoral. As empreiteiras e os quadros da Petrobras não roubaram para fazer benesses. Corromperam a classe política para roubar. O que é muito diferente.

O sr. disse que o PT também se equivocou em relação ao PMDB, mas o partido não tem sido um entrave?
Wanderley Guilherme:O PMDB foi, mais uma vez, na esteira desse preconceito antipolítico, apontado como o mal do parlamento, por fisiológico e clientelista. Isso nunca foi exclusivo do maior partido de centro do país. Essa antipatia foi absorvida pelo PT ao ponto de convidar o PMDB na vice e montar uma estratégia para sua liquidação. O Executivo está recebendo o que plantou tanto na reforma política, que está sendo liderada pelo PMDB quanto no resto. Que seja bonito ou feio é o que temos. E o que você tem que fazer é liderar o PMDB e domesticá-lo para que o partido se comporte de acordo com sua pauta de valores e não aliená-lo e colocá-lo no campo oposto. O PT não aguenta o rojão nem é tão puro assim. Como também não o são seus aliados PP e PR que continuam na base o governo. Aliás, o governo continua cheio de bandidos como todo mundo sabe.

Essa fixação no PMDB oculta a falência do PT em lidar com a corrupção?
Wanderley Guilherme: Do PT e da sociedade. Os problemas burocráticos que há no país se resolvem com despachantes. O despachante é o Fernando Baiano da classe média. É ele quem é o intermediário dos ilícitos e dos bodes colocados pela burocracia para serem resolvidos. A população não vê isso como corrupção. A passeata de 15 de março era de profissionais liberais, médicos, advogados, dentistas, desenhistas, eletricistas. Todos sonegadores. Não é uma corrupção diferente daquela da empreiteira. É parte de uma cultura política atrasada, mas ninguém está livre dela.

Mas não há uma diferença de escala?
Wanderley Guilherme: Essas relações espúrias foram ficando mais complexas. Na Primeira República o ilícito era interferir para nomear o juiz de paz, a professora e o delegado. Depois veio o empreguismo e a política da caixa d’água. Com o Plano de Metas de JK abriu-se possibilidade para um tipo de ilícito de muito maior porte nas obras públicas. Não tenho a menor dúvida de que muitas obras custaram mais do que deviam . As oportunidades aumentaram consideravelmente. E isso continuou acontecendo durante a ditadura com suas obras faraônicas. Chegamos aos últimos 12 anos com taxas de desenvolvimento bastante evidentes, com grandes obras de todo tipo, hidrelétricas, pré-sal.

Dito assim, a corrupção não parece inevitável?
Wanderley Guilherme: Não estou dizendo que esse é um problema do capitalismo, mas da escassez. Há tribos que roubam mulheres. Na União Soviética as estudantes universitárias se prostituíam por uma calça jeans. Onde há um bem escasso há problemas de comportamento fora das normas vigentes. Não estou dizendo que seja inevitável, tem que prevenir e punir.

Mas não é isso que o Judiciário está demonstrando?
Wanderley Guilherme: Sem o Ministério Público o que aconteceu na Petrobras não teria como ser descoberto. O que eu reclamo dos procuradores é que eles existem desde a Constituição de 1988 com plenos poderes, mas foram negligentes antes de o PT chegar ao poder.

O procurador-geral que não era escolhido entre os mais votados influenciou nisso?
Wanderley Guilherme: Era o período do [Geraldo] Brindeiro, que engavetava tudo, mas eles têm autonomia. Não foi o [Rodrigo] Janot quem fez isso, foram os procuradores com um juiz. Janot só soube depois. Deixaram se avolumar um problema que vem de longe. É o procurador que é o vigia desse negócio, não é o sistema eleitoral.

Não foi uma sociedade mais vigilante que produziu esse MP mais ativo?
Wanderley Guillherme: Acho que temos sido, na verdade, lenientes. Se você ficar um mês numa repartição você sabe onde tem problema. Qualquer chefe de seção da Petrobras sabia da corrupção. É impossível não saber, mas é preciso não transformar isso na epistemologia do crime. Saber não implica cumplicidade. O problema não é saber ou não saber. O problema é o fato. A cultura política brasileira é muito a favor da delação e despreza o delator. Ninguém faz nada pela absoluta inconsequência da denúncia.

É aí que tem uma insuficiência institucional, na proteção de quem delata?
Wanderley Guilherme: Veja que isso não tem nada a ver com o sistema eleitoral. As ouvidorias ainda são muito fajutas. Nos Estados Unidos o governo chega até a pagar a quem denuncia certos crimes. Não protegemos os bons funcionários dos ladrões. Todo o sistema produtivo, do privado ao estatal, tem problemas. Agora não tenho dúvidas de que, quando começou o problema da Petrobras o Executivo tinha que ter ampliado a investigação para todo o governo.

Mas isso não comprometeria o projeto de poder do PT?
Wanderley Guilherme: Não sei, mas o partido não seria o sócio disso que está acontecendo. Não tem obra pública no Brasil que não esteja contaminada. Não sei quem são os Pedro Barusco e Paulo Roberto Costa de outras instituições mas não tenho dúvida de que existem. Ficaria felicíssimo se descobrissem. O banquete de escândalos servidos diariamente à direita não justifica nenhuma solidariedade ou hesitação da esquerda em relação a bandidos.

Sem mudar a cultura das corporações uma reforma do financiamento de campanha, por exemplo, vira letra morta?
Wanderley Guilherme: As pessoas esquecem que toda legislação positiva indica, subliminarmente, os meios de transgredi-la. a questão maior está em mecanismos de prevenção e de punição, os quais, por sua vez, também indicarão subliminarmente os meios. Ou seja, independente do valor abstrato das leis, a vigilância e repressão de ilícitos devem recair sobre seus operadores. Agora tem um problema aí que é o do marketing eleitoral. Não dá mais para aceitar uma campanha sem teto de gastos.

Um teto implica também em mudança de formato…
Wanderley Guilherme: Não precisa fazer show. Esses marqueteiros não sabem nada. É um absurdo que tenham assento no conselho político da Presidência. João Santana fez uma campanha cara e ruim que quase derrotou Dilma. Coisa de mau gosto, mórbida, com aquelas pessoas no caminhão se vendo no passado. Dilma ganhou por uma diferença muito pequena em grande parte por causa da militância que foi às ruas nos últimos dias assustada com a chance de derrota.

O sr. aponta uma falta de liderança na esquerda para reverter esse rumo tomado pelo governo. Lula não é mais uma liderança?
Wanderley Guilherme: Não. Ele entrou nesse desgaste geral. Em parte por culpa dele que fica falando o tempo todo que a política não vale nada. O que não quer dizer que tudo esteja perdido, mas ele perdeu sua capacidade de liderança. Isso tem que ficar claro. Suas convocatórias já não estão sendo atendidas como eram. Permitiu que o centro passasse a ser liderado pela direita. A esquerda está sem liderança. Não se pode deixar de reconhecer a surpresa que foi o início de governo. Uma completa reformulação do que foi dito até o último comício. Foi um choque.

Foi esse choque que liquidou a capacidade de a esquerda liderar?
Wanderley Guilherme: Sem dúvida. Acho que a presidente não tem mais liderança. Houve uma ruptura muito grande entre a base social da esquerda e sua liderança. Ruptura essa que tenho dúvidas de que consiga recuperar. Não adianta o que a presidente faça que a direita não vai ficar quieta. Gostou do jogo, como se diz no futebol.

O jogo não é derrubá-la?
Wanderley Guilherme:
Só se algo de extraordinário acontecer. Sem o PMDB não se derruba ninguém. O partido é a fiança do não-impeachment.

Com uma esquerda acéfala seu ciclo caminha para o fim?
Wanderley Guilherme: Não sei. Essas lideranças atuais acredito que sim. O que não significa que não haja perspectiva para a esquerda. O PT pode cansar de sangrar e exigir mudanças na política econômica e na correlação de forças do governo. Pode ser movido pelo instinto de sobrevivência mas vai depender da luta interna. Se o partido se consumir nela, que é irrelevante, não terá condições de reagir.

O sr. classificou o mensalão de julgamento de exceção, depois dele não haveria outro igual. O petrolão não é um desdobramento?
Wanderley Guilherme: O mensalão, de fato, foi um processo de caixa 2 com muito desvios. Agora é roubo com formação de cartel, aditivo e licitação manipulada. Para fazer isso, eles têm que comprar político. O caixa 2 não é compra de político. Lá houve condenações em prova e teses absurdas como a do domínio do fato ou a do [Carlos] Ayres Brito que o réu tem que provar que não sabia. Agora não precisa mais violentar a lei.

O que pode vir de um país em que o único poder com causalidade é o Judiciário?
Wanderley Guilherme: Espero que o sistema se recomponha a partir do Executivo, colocando criminoso para fora do governo. Isso não compromete as instituições. Por outro lado, não vejo a oposição ir além da batucada. Não tem projeto porque o governo está executando o programa deles. O que é o PSDB hoje? Um túnel no fim da luz.

Se o PSDB não tem capacidade de canalizar insatisfações como a do dia 15 quem o fará?
Wanderley Guilherme: É hora de aparecer um oportunista.

Joaquim Barbosa?
Wanderley Guilherme: Pode ser. Um oportunista capaz de galvanizar direita e esquerda. Acho que não é jogo para Marina. Esse negócio todo colocou todo mundo sub judice. É uma situação favorável ao aparecimento de oportunistas competitivos. Se serão capazes de levar essa insatisfação a algum lugar é outra questão mas eles vão aparecer e confundir o quadro da sucessão. Não tenho dúvidas de que a sucessão não vai ser só PT e PSDB.

A conjuntura é comparável àquela que se sucedeu à operação ‘Mãos Limpas’ na Itália que deu lugar a Silvio Berlusconi?
Wanderley Guiherme: Não conheço nem gosto de comparar. São as forças telúricas de nossa política que definem. Ninguém faz nada porque a Itália fez. Nosso problema é complicado porque a liderança da oposição é fraca. Os conservadores atuais são medíocres e agressivos no vocabulário. A esquerda também é, mas para quem precisa competir e mostrar a diferença tem que ter mais. As pessoas podem ter um papel causal que as instituições perderam. É o momento da virtu.

E o sr. distingue lideranças virtuosas nesse processo?
Wanderley Guilherme: Não. Todo mundo está perdendo capital aceleradamente.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Professor Iso

31/03/2015 - 15h51

Durante a ditadura militar não havia manifestações de rua. Quando ocorriam as mesmas eram violentamente reprimidas. Apesar da aparente harmonia que existia, o povo brasileiro era fraco e sua fraqueza se fez sentir quando o país foi pressionado pela crise do petróleo. Hoje o povo brasileiro é forte, quer porque pacificamente se divide entre a maioria silenciosa (que apóia o regime constitucional e acredita na normalidade democrática) e uma minoria barulhenta (que vai à ruas defender ou atacar Dilma Rousseff), quer porque é capaz de enfrentar os desafios impostos pelas crises internacionais com a cabeça erguida sem precisar ficar implorando recursos ao FMI (como, aliás, também ocorreu durante a era FHC).

O discurso da presidenta está, portanto, correto. Não só isto, quando Dilma Rousseff disse que temos um “povo mais forte do que nunca” o discurso dela está solidamente embasado e na realidade nacional.

alex

31/03/2015 - 12h51

Interessante é que (claro, óbvio) o repórter não fala nada do papel da mídia nesse processo. E Wanderley fica quietinho. Nem tenta, pelo menos, falar da importância da mídia nesse processo de desgaste do governo. Como assim, professor! O Sr deveria ter buscado um gancho. Claro que, durante a edição, o tema seria cortado, mas pelo menos o Sr poderia dizer, abordei, falei mas o editor tem a força

alex

31/03/2015 - 12h44

Semana passada eu estava em Maringá. Num domingo. Fui cobrir um evento de meio ambiente. Único vôo para voltar para Sampa era somente a partir de Londrina. E tome 100 kms de carro. Eu, mais o taxista (sérgio) e mais um outro taxista (otávio) do qual sou freguês e que me pediu uma carona para ir ver seu pai em Londrina. Foi ótimo! Aproveitei para sabatiná-los. E política 98% do tempo.
1. Acham que igual ao Lula não vai mais ter 2. Acham que a Dilma é honesta, mas não passa confiança como política. E que Lula passava o tempo todo 3. Que Dilma não foi fiel ao que prometeu na campanha. Prometeu, prometeu e no outro dia, depois que assumiu, descumpriu 4. Não acreditam (de maneira alguma, foram enfático) que Lula e Dilma não sabiam da roubalheira na Petro.. “olha vc pode ignorar por 1 ano que sua mulher te bota chifre, pq vc confia cegamente nela. Agora 12 anos é corno consciente, entendeu. 12 anos e o governo do PT diz que não sabia da pilantragem na Petro” ..perguntei: Vcs acham que a Globo mente para a população? “Ah sem dúvida, sempre mentiram.. mas vc sabe né, depois do JN vem a novela, então vc aguenta as mentiras…” (rsrsrs). Pergunte: vcs acham que a Dilma fica até o fim? “olha, tá difícil hein”.. É os passageiros o que falam dela? “Antes falava bem, elogiava, agora começam a meter o pau, chamar a presidente de tratante, que ela vai soltar um monte de pacote..”
Pergunto: “Mas vcs apoiam que ela fique até o fim? “desse jeito que ela está fazendo não. promete e não cumpre.. diz que a educação é tudo e minha filha tá com problema no Fies.. olha o preço das coisas na feira, no supermercado. a infação já bateu na porta da gente.. o preço do combustível. as pessoas estavam usando muito o taxi, agora a gente vê que muitos preferem o ônibus ou o próprio carro.. aí mesmo gostando da Dilma, achando que ela é honesta, não dá para bancar ela no governo, né?” (Desculpe ter sido longo. Mas é opinião de 2 taxista lá do Paraná.

João Batista Kreuch

31/03/2015 - 07h58

Bom, como não consigo postar meus comentários, agora já quase tudo foi dito e concordo principalmente com o Eduardo Pereira, discordando das teses do Professor Wanderley. Eu estranhei quase tudo que ele afirma ali, e achei superficial demais as análises. Justificar a corrupção em contratos firmados entre as partes pela tese da “escassez” e citar o roubo de mulheres por tribos rivais foi o máximo… que pobreza!

Almir

31/03/2015 - 07h44

Essas mudanças bruscas de opinião quase sempre têm um real motivo: a mídia, mediante bajulação ou intimidação.

Eduardo Pereira da Silva

31/03/2015 - 02h22

Nossa! Que festival de sandices o Wanderley disse nessa entrevista. Com todo respeito professor, teria que passar um bom tempo rebatendo ponto por ponto a pior análise política que vi o senhor fazer em muito tempo. Chego a não acreditar que foi o senhor que disse tantas barbaridades e, pior, sem base factual.

Por exemplo: “Não é por causa do sistema eleitoral que os deputados do PT até agora indiciados receberam propina por conta da atitude benevolente das empreiteiras que os queriam premiar com facilidades para a campanha eleitoral”. Ora, nesse ponto o professor adota de peito aberto o discurso da grande midia e da direita, manda as favas o princípio da “presunção de inocência”, condenando pelas manchetes de jornais os deputados do PT. Poderia ter adentrado ao tema das delações conseguidas sob tortura psicológicas e, com grande possibilidades de terem sido direcionadas para desafetos da direita e poupando (descaradamente como pode ser visto) caciques da direita.

Quando perguntando se Lula não é mais uma liderança, ele responde taxativo do alto de sua “onipotência”: “Não. Ele entrou nesse desgaste geral. Em parte por culpa dele que fica falando o tempo todo que a política não vale nada.” Bem, estranho o Lula não ser uma liderança quando é apontado por todas as pesquisas como favorito ao pleito de 2018, mesmo diante de todo ataque da direita, a qual por isso mesmo quer sua cabeça a qualquer preço. Se ele não fosse uma liderança e das grandes a direita não estaria tão preocupada com ele. E, para fechar com chave de ouro essa pérola da ignorância política solta uma inverdade de corar pinóquio, dizendo que o Lula fala o tempo todo que política não vale nada. Isso é falso, o Lula tem defendido a política mais do que ninguém, quantas vezes vi o Lula em cima de uma caminhão dizendo para o jovens “se você não está contentes com os políticos que estão aí, seja você o político que deseja para o país, mas não negue a politica”. Não sei de onde o Wanderlei tirou essas sandices.

E só para colocar mais um ponto, porque chega a ser cansativo rebater tanta pobreza de análise sem nenhuma base factual. Em dado momento de seus devaneios Wanderlei diz que o marqueiteiro Santana foi infeliz ao fazer aquelas peças onde mostrava as pessoa com medo de voltar atrás… Santa ignorância Wanderlei! Naquele momento a midia tinha lançado Marina a “viuva de Eduardo” e lhe deu publicidade grauita durante dias a fio, a transformando numa martir maior que Eduardo e mais sofredora que a própria viuva e, por conta dessa ajuda da mídia a Dilma que tinha tudo para ganhar no primeiro turno se viu ameaçada pela candidatura de Marina que só teve a ganhar com a morte de Eduardo Campos, tanto que Marina engoliu Aécio que, naquele momento derreteu a olhos vistos. Porém, quando todos pensam que a Marina, com a ajuda descarada da grande mídia ia varrer também a Dilma, isso não aconteceu. E porque? Justamente por uma campanha de marketing extramente bem feita pelo João Santana, que desnudou a Marina para os eleitores e fez a candidatura dela derreter. Só que os eleitores da Marina ao ver o barco dela afundar, pularam no final do primeiro turno no barco do Aécio, levando-o para o segundo turno. E a tal “Marina terceira via” afundou e, tornando se mais uma candidata Viagra do PSDB, rasgou toda a sua carreira e teve um asqueroso “beijão mão” com Aécio, crente de que venceria a Dilma. E olha que na primeira pesquisa de segundo turno Aécio, somando os votos da Marina sau a frentre, mas ai a Dilma pode voltar suas baterias para Aécio (pois até então estavam concentradas na Marina) e, em apenas quinze dias não apenas ultrapassu Aécio como fez a rejeição dele se tornar maior do que a de Dilma, tendo ela vencido as eleições mesmo com a capa criminosa da Veja na véspera do pleito. Com tudo isso. o professor Wanderley ainda achou uma maneira de criticar o marketing da campanha da Dilma???

Sinceramente? Não vou dissecar ponto por ponto, mas é até difícil imaginar que tanto besteirol tenha saído da lavra do professor Wanderley. Triste.

Jose orlandoSimõesdeMacedo

30/03/2015 - 23h29

O professor foi irreconhecível, falou inverdades. E perdeu o bonde da história. Esqueceu o papel da mídia, da Cia, da geopolítica. Talvez Alzhemer explique explique.

Jose orlandoSimõesdeMacedo

30/03/2015 - 23h20

O professor foi irreconhecível, falou inverdades. E perdeu o bonde da história. Talvez Alzhemer.

Emilia M. de Morais

31/03/2015 - 01h46

Os ventos estão soprando muito forte vindos do norte, do sul, do leste e do oeste. Quem está segurando o leme mal está suportando a força dos ventos e o barco corre sério risco de não resistir ao choque das ondas.
Alguém sabe de um comandante com condições efetivas de assumir o controle do barco, que seja melhor, igual ou menos ruim do que o que se tem hoje? Tem barcos salva-vidas à disposição, não apenas para a tripulação, mas para todos os navegantes, ou será que é pra deixar o barco afundar e os demais navegantes naufragarem mesmo?
E, afinal, parece que WGS nunca leu nada de Adriano Benayon ou de Moniz Bandeira… Como é que pode, alguém com a experiência dele, passar inteiramente batido sobre todos as influências e os interesses geopolíticos no que se passa no Brasil de hoje?

    Pharaô

    31/03/2015 - 00h25

    IriRIriRIriIriRIriRIri
    IriRIriRIri
    IriRIriRIri
    IriRIriRIri
    Biatch ganhamos mais uma!Dilma legaliza a Marijuana, por favor!
    pra todo mundo ficar Alegrão…na Humilde
    https://www.youtube.com/watch?v=0LrRluePvPA

Leici

30/03/2015 - 22h34

Muito boa também a entrevista com o Frei Betto, que sai no Estadão. Ele diz que o PT deve voltas ás origens, as suas bases populares, sob o risco de se transformar num arremedo do PMDB.

Jorge Moraes

30/03/2015 - 22h19

O Prof. Wanderley deu seguidas mostras de competência analítica, frequentemente amparada naquilo que à falta de melhor denominação, chamo agora de “sedimentação histórica”.

Pela mesma razão, com todo o respeito, creio que o Prof. possa ter se enganado quando expõe sua convicção de que Lula acha-se inapelável e irreversivelmente desgastado enquanto liderança no campo da esquerda.

Falta sedimentação histórica e base comparativa para tal afirmação, ainda mais se dada em caráter peremptório.

Mauricio Gomes

30/03/2015 - 22h12

Em parte concordo com as críticas que foram feitas, embora falar em fim do PT ou do Lula pareça exagerado. Não fosse assim, não haveria esse fogo cerrado da mídia sobre o Lula, pois sabem que ele é favoritíssimo em 2018 (o que gera todo esse ódio dos paneleiros). Mas o PT precisa mesmo urgentemente mudar de rumos, ou a história poderá fazê-lo da pior forma ao jogar o partido de vez na vala comum do centrão vigarista que manda nessas bandas. Não me conformo com o governo Dilma engordar a conta desses golpistas da mídia bandida que temos aqui, ao invés de investir em novas formas de comunicação com o povo e diversificar as fontes de informação. Parece síndrome de Estocolmo….

Lulu Pereira

31/03/2015 - 00h00

chamou na chincha.

Antonio Luiz

30/03/2015 - 20h22

O professor entrou tardiamente no debate e por isso acrescentou pouco ou quase nada à espinafração que se faz ao governo e ao PT, tanto à direita, como sempre esperado, e à esquerda, o lamentável.

Para ser justo e não dizendo que não acrescentou nada, afirmou que Lula está acabado, coisa que nem FHC se aventurou (e eu, no lugar dele, FHC, e de sua trupe agradeceria ao professor Wanderley. Um outro aspecto importante foi o canal escolhido para a espinafração: a revista Valor. Para aqueles que enchem o peito para criticar os “petistas amantes dos microfones da Globo” concederão este benefício à Wanderley. Novamente, a Casa Grande se refastela!

Jurgen

30/03/2015 - 19h26

“Lula não é mais uma liderança?
Wanderley Guilherme: Não. Ele entrou nesse desgaste geral. Em parte por culpa dele que fica falando o tempo todo que a política não vale nada.”
Parei aqui. Isto não é verdade.

gg

30/03/2015 - 17h24

Fico com o Carlos Lima. o PT morreu porra nenhuma.

gg

30/03/2015 - 17h19

Três grandes escândalos. ..

1. Petrobras

2. HSBC

3. Zelotes

O que chama a atenção ?

Carlos Lima

30/03/2015 - 16h45

Não Creio neste fim do PT e nem na incapacidade do LULA nos seus chamamentos. O que esta havendo é que LULA não tem cargo público, que não tem cargo público não é mesmo nada na política, é caminhar em círculos. Tem outra coisa, nenhum partido, nenhum governo, sobrevive a um plano tão meticuloso que Grande mídia implementou no Brasil, isso chega a ser um caso de polícia. Os intelectuais acertam muito como profetas do acontecido. Aécio perdeu em Minas o PT perdeu em São Paulo. É o Efeito manada quem dita é a mídia, onde ela cochila seu candidato perde. Para mim o marqueteiro não errou, ele ganhou a eleição mesmo depois d”aquelas manifestações macabras que era uma babel, pois tinha reclamação até para TV a cabo de graça. Então o professor é mais um profeta do acontecido. Onde tem PSDB governando a tempos vai ganhar outro partido, onde tem PT também vai ganhar outro, exceto SP em que a população é tele guiada pelo conservadorismo Religioso-Político e na estrutura da formação de sua população Asiático-europeia. A direita não tem mais gancho que isso que estamos vendo, ela poe mil na rua a mídia fala que foi um milhão, só que na urna a Grande Mídia não vota então não pode multiplicar os votos.Mas o professor falou algumas coisas corretas de que o PT e a DILMA transformaram ou pelo menos tentou fazer das suas bases LIXO IDEOLÓGICO, isso foi verdade.

Ricardo G. Ramos

30/03/2015 - 19h08

Não é bem assim Wanderley, a morte de Eduardo Campos et caterva influenciou muito o resultado final nas urnas. Por outro lado, foi bom ver a turma de volta às ruas.

gg

30/03/2015 - 15h49

Difícil agente criticar uma tese perfeita … sinto que o PT perdeu o poder de liderar massas…e o Lula já não consegue mais fazer chamamentos e ser atendidos … Se é que meu intelecto chegou a entender o que disse o Ilustríssimo professor ….

    Eduardo Pereira da Silva

    31/03/2015 - 02h22

    Perfeita para quem? Nunca imaginei em ver o professor Wanderley escrever tantas asneira jutas e, pior sem base factual e pior ainda, outras baeeada em mentiras flagrantres como dizer que o Lula fala o tempo todo que a política não vale nada. Isso é uma monstruosidade de uma mentira. Ainda não consigo acreditar que essa entrevista tenha sido com o professor Wanderley que conheço….

Sandra Pacheco Costa

30/03/2015 - 18h05

tem muito ‘achismo”…

Carlos Dias

30/03/2015 - 14h49

Eu admiro muito o professor, que inclusive é meu colega.. Mas o problema é que me recuso a ler ou ver qualquer coisa da tal organização golpista e sonegadora.


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